Para prevenir o câncer de pele, o tipo mais comum de câncer no mundo, especialistas recomendam medidas simples como a consulta anual ao dermatologista e o uso de protetor solar e roupas com proteção UV, especialmente para quem trabalha exposto ao sol. “Manchas ou pintas que crescem, sangram ou causam dor devem ser avaliadas por um dermatologista para diagnóstico precoce”, alerta a médica Regina James, que presidiu, neste fim de semana, o 77º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, realizado de 5 a 7 de setembro no Centro de Convenções.
O evento reuniu especialistas para discutir não apenas o câncer de pele, mas também temas como cosmiatria, clínica, oncologia e cirurgia dermatológica, além de inovações em marketing médico e inteligência artificial.
Um dos principais focos foi o câncer de pele, o tipo mais comum no mundo, cuja incidência global vem aumentando. A exposição excessiva ao sol e a falta de proteção são as principais causas do problema. “O câncer de pele é uma das principais pautas do congresso. Manchas ou pintas que crescem, sangram ou causam dor devem ser avaliadas por um dermatologista para diagnóstico precoce”, alerta a médica Regina James, presidente do congresso.
Existem três tipos principais de câncer de pele. O carcinoma basocelular, o mais comum e menos agressivo, aparece como uma pequena bolha ou mancha rosa, cresce lentamente e raramente se espalha. O carcinoma espinocelular, mais agressivo, pode surgir como uma lesão avermelhada e escamosa, e o melanoma, o tipo mais grave, se caracteriza por uma pinta com cor desigual e rápida disseminação para outros órgãos.
Para prevenir a doença, é fundamental consultar um dermatologista anualmente e adotar medidas simples, como o uso de protetor solar e roupas com proteção UV, especialmente para quem trabalha exposto ao sol. Nos casos mais graves, o encaminhamento para hospitais especializados garante o tratamento adequado.
Além do câncer de pele, o congresso abordará a alopecia, outra condição que foi destaque no evento. A médica Fabiane Brenner, da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que “existem diversos tipos de alopecia, caracterizada pela queda de cabelo, sendo a mais comum a alopecia androgênica, que afeta homens e mulheres, sobretudo após os 50 anos.”
O avanço no tratamento da alopecia tem trazido esperança para os pacientes, especialmente no caso das formas autoimunes, com o surgimento de medicamentos conhecidos como “inibidores de Jack”, que oferecem bons resultados com poucos efeitos colaterais. Já no caso da alopecia androgênica, tratamentos disponíveis podem retardar a progressão da doença e melhorar a densidade capilar.
Novos casos
O Levantamento Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, projeta 11.460 novos casos de câncer por ano no Rio Grande do Norte, totalizando mais de 34 mil diagnósticos entre 2023 e 2025. Em âmbito nacional, a estimativa é de 704 mil novas ocorrências anuais. Os números são baseados em dados dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
A pesquisa avaliou a incidência de 21 tipos de câncer, dois a mais que a edição anterior, com a inclusão dos tumores de pâncreas e fígado. O câncer de pele não melanoma lidera as ocorrências no Brasil, seguido pelos cânceres de mama feminina, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago. Entre os homens, o câncer de próstata é o mais frequente em todas as regiões do país, enquanto entre as mulheres, o câncer de mama é o mais prevalente.
Diversos fatores podem influenciar o desenvolvimento do câncer, que pode ser causado tanto por fatores externos quanto internos ao organismo. As causas externas incluem aspectos como ambiente, hábitos e estilo de vida, enquanto as causas internas estão relacionadas, em grande parte, a predisposições genéticas e à capacidade do corpo de combater agressões externas.
Alguns tipos de câncer têm causas já conhecidas.
O cigarro, por exemplo, está diretamente ligado ao câncer de pulmão, enquanto a exposição excessiva ao sol aumenta o risco de câncer de pele. Certos vírus, como o HPV, estão associados ao câncer de colo do útero, e outros ainda estão sob investigação para determinar sua relação com componentes alimentares e outros fatores de risco.
Com esse cenário alarmante, a prevenção continua sendo a principal estratégia para reduzir a incidência da doença, com destaque para hábitos saudáveis, proteção solar e exames regulares.