O litro da gasolina comum em Natal já atinge o preço de R$ 6,69, valor superior ao preço médio apontado em duas pesquisas recentes divulgadas pelo Procon Natal e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que colocaram o preço médio do combustível na capital potiguar a R$ 6,56 e R$ 6,58, respectivamente. Segundo a pesquisa da ANP, o litro da gasolina comum em Natal tem o preço mais caro do Nordeste.
Na tarde desta segunda-feira (11), a TRIBUNA DO NORTE percorreu postos das zonas Sul e Leste de Natal e constatou os preços de R$ 6,69 em pelo menos cinco estabelecimentos. Na pesquisa divulgada na semana passada pelo Procon Natal, o levantamento revelou que um preço médio da gasolina comum de R$ 6,56, enquanto a gasolina aditivada era comercializada a R$ 6,61. Foram analisados 87 postos nas quatro regiões da cidade.
A pesquisa apontou uma redução de nível em relação ao levantamento anterior, realizada em outubro, quando o preço médio da gasolina comum era de R$ 6,64, representando uma queda de R$ 0,08. Além disso, o Procon alertou que muitos postos mantiveram os preços do mês passado. Na Zona Sul, 79% dos postos mantiveram os preços inalterados, seguidos pela Zona Leste (48%), Zona Norte (33%) e Zona Oeste (31%).
“O mercado de combustíveis é bastante dinâmico. Nesse período de volatilidade, tanto do dólar, quanto do Barril de petróleo, algumas distribuidoras conseguem fazer compras mais vantajosas que outras, e repassam parte desse “ganho extra” aos postos, que tendem a também reduzir no seu preço final. O posto concorrente, mesmo não obtendo essa vantagem, acaba baixando também, para não perder seu cliente. Quando esses estoques acabam, naturalmente os preços tendem a voltar para os patamares anteriores”, pontua o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos-RN), Maxwell Flor.
A orientação do Procon Natal é para que os consumidores pesquisem antes de abastecer, já que a diferença entre o maior e o menor preço encontrado pode gerar uma economia considerável. No caso do etanol, por exemplo, o maior preço registrado foi de R$ 4,99, enquanto o menor foi de R$ 3,59, na zona Norte, bairro Igapó, uma variação de 39%, representando uma economia de R$ 1,40 por litro. Para o diesel S-10, a diferença de preço entre o valor mais alto (R$ 6,79) e o mais baixo (R$ 5,58) foi de R$ 1,21, encontrado na zona Oeste, bairro Cidade Nova. A gasolina comum apresentou um preço maior de R$ 6,59 e um menor de R$ 5,71, verificado no bairro Ribeira, zona Leste.
Já a pesquisa da ANP, feita entre 03 e 09 de novembro apontou que Natal tem o preço médio mais alto do Nordeste e um dos maiores do Brasil, ficando atrás apenas de Rio Branco-AC (R$ 7,41), Porto Velho-RO (R$ 7,29), Manaus-AM (R$ 6,98) e Boa Vista (R$ 6,83).
Motoristas ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE reclamaram dos altos preços dos combustíveis em Natal. Na avaliação do motorista de aplicativo, Paulo Oliveira, de 46 anos, o preço atual o obriga a fazer uma meta diária de pelo menos R$ 300 para conseguir ter lucro. “Rodo diariamente 200 a 230km. Todo dia gasto R$ 130 com combustível. Sou obrigado a fazer R$ 300 todos os dias, seja cansado, com dor, pra poder livrar o da gasolina. Nisso sobra esses R$ 170 para administrar o carro e sobrar algo pra mim”, cita.
Quem também reclama dos preços é um outro motorista particular Cleiton Soares, de 42 anos. “O preço está complicado, está muito caro. Para a gente que roda de aplicativo, está bem difícil. Rodo em média 200km/dia, mas só manhã e tarde, porque rodar direto não tem condições não. Antes colocava R$ 100 e rodava o dia todo. Agora tenho que colocar de R$ 160 a 180”, avalia.