Brasil ultrapassa 5 milhões de casos de dengue e bate novo recorde

Os números da dengue não param de crescer. O Brasil alcançou, nesta segunda-feira (20/5), a marca de 5.100.766 de casos prováveis de dengue em 2024. A informação consta na mais recente atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses, abastecido com base em dados do Ministério da Saúde.

No total, são 2.827 mortos pela doença. Esta é a maior quantidade de óbitos confirmados desde o início da série histórica no país, em 2000. O número supera, inclusive, o recorde registrado em todo o ano de 2023 (1.094 mortes).

Em relação ao número de casos, 2024 (5.100.766) já supera os dois anos que haviam registrado maior quantidade de infectados, até então: 2015, com 1.688.688 diagnósticos, e 2023, com 1.641.278.

São Paulo lidera o ranking de número de casos graves da doença (13.120), seguido por Minas Gerais (9.228) e Paraná (8.339).

Segundo o Ministério da Saúde, o alto volume de casos registrado neste ano tem relação com fatores como as mudanças climáticas e a circulação de mais de um sorotipo do vírus.

Como combater a proliferação

O Ministério da Saúde estima que cerca de 75% dos focos de dengue estejam nos domicílios. Confira algumas instruções da pasta para diminuir a proliferação:

  • mantenha a caixa-d’água bem fechada;
  • receba bem os agentes da saúde e os de endemias;
  • amarre bem os sacos de lixo;
  • coloque areia nos vasos de planta;
  • guarde pneus em locais cobertos;
  • limpe bem as calhas de casa; e
  • não acumule sucata e entulho.

Atualmente, todos os quatro sorotipos da doença circulam no país, o que é uma situação considerada “incomum” pela secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.

Sintomas

Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:

  • febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
  • dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal e pode se estender para os olhos;
  • dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
  • manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
  • fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente

Publicidade

Governo Lula muda classificação de gênero para operar pênis e vagina no SUS

O Ministério da Saúde alterou a classificação de gênero em 269 procedimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), passando a adotar a terminologia “para ambos os sexos”. Exames e cirurgias na vagina, por exemplo, agora poderão ser realizados também em pessoas do sexo masculino. O mesmo vale para exames e cirurgias no pênis, que poderão ser feitos em pessoas do sexo feminino. Segundo o governo Lula, a portaria tem objetivo de facilitar o acesso de pessoas trans aos serviços do SUS.

Essa relação do SUS também inclui serviços como pesquisa de espermatozóides, ultrassonografia de próstata, partos e curetagem pós-abortamento. A alteração foi feita na “Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS”.

De acordo com o Ministério da Saúde, a mudança busca atender a uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamenal (ADPF) nº 787, impetrada pelo PT em 2021. Na ocasião, o partido de Lula questionou políticas públicas do governo federal para transgêneros.

A ADPF aponta que pessoas trans que mudaram de nome após a transição de sexo estariam sofrendo com entraves no acesso a procedimentos referentes ao sexo biológico. Com a alteração na classificação de sexo, os procedimentos agora podem ser realizados independentemente do gênero registrado no documento do paciente.

Publicidade
Publicidade

AstraZeneca para de fabricar e distribuir vacina contra a covid

AstraZeneca começou a retirar sua vacina contra a covid-19 do mercado mundial e vai parar de fabricá-la. Segundo a farmacêutica, a medida é por razões comerciais, uma vez que há um “excedente de imunizantes” que foram atualizados para novas variantes do Sars-CoV-2.

A companhia já havia enviado, em março, um pedido à UE (União Europeia) para a retirada voluntária da “autorização de introdução no mercado”. A solicitação foi aceita e entrou em vigor na 3ª feira (7.mai.2024). A Vaxzevria, como a vacina é chamada, tem sido alvo de escrutínio por causa de um efeito adverso raro do imunizante.

AstraZeneca reconheceu pela 1ª vez diante da Justiça que a sua vacina contra a covid-19 pode causar um “efeito adverso raro”. A farmacêutica é alvo de uma ação coletiva em que 51 famílias pedem indenização de até £ 100 milhões (cerca de R$ 650 milhões).

A farmacêutica disse, em documentos anexados ao processo, que o imunizante “pode, em casos muito raros, causar síndrome de trombose com trombocitopenia”. Chamada de TTS, a condição é caracterizada pela formação de coágulos de sangue e pode ocasionar o entupimento de veias e artérias.

Em comunicado citado pelo The Telegraph, a AstraZeneca afirmou estar “extremamente orgulhosa” do papel que a sua vacina desempenhou na pandemia. “De acordo com estimativas independentes, mais de 6,5 milhões de vidas foram salvas só no 1º ano de utilização e mais de 3 bilhões de doses foram distribuídas”, lê-se na nota.

“O nosso trabalho foi reconhecido pelos governos de todo o mundo e é amplamente considerado como tendo sido um componente crítico para acabar com a pandemia global”, acrescenta.

“Como, desde então, foram desenvolvidas múltiplas vacinas para variantes da covid-19, há um excedente de imunizantes atualizados disponíveis. Isto levou a um declínio na procura pela Vaxzevria, que já não é fabricada nem fornecida. A AstraZeneca tomou, portanto, a decisão de iniciar a retirada das autorizações de introdução no mercado da Vaxzevria na Europa”, diz o comunicado.

E completa: “Faremos parceria com autoridades reguladoras em todo o mundo para iniciar a retirada da autorização de comercialização da Vaxzevria”.

Publicidade

Hospital Walfredo Gurgel atendeu mais de 2 mil acidentados de moto de fevereiro a abril deste ano

Referência para a Região Metropolitana de Natal e parte do interior do Estado para atendimento a acidentes de trânsito, o Hospital Walfredo Gurgel registrou, entre fevereiro e abril, 2.164 atendimentos a casos envolvendo motociclistas. O recorde foi o mês de março, com 765 atendimentos.

Pela média, no mês de março, um acidentado deu entrada no hospital a cada hora.

Nesta segunda-feira (6), para frear o aumento nos índices, foi lançada a campanha Maio Amarelo.

O dado de março apurado pelo Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar da unidade é o recorde histórico dos últimos três anos, quando o dado passou a ser melhor detalhado. O levantamento ainda indica que a grande parte dos atendimentos são provenientes da Região Metropolitana, sendo 37,89% dos acidentes ocorridos na capital, com destaque para os bairros de Lagoa Nova, Potengi e Alecrim, seguida de Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Extremoz e Ceará-Mirim.

No âmbito geral, vítimas de acidente de moto são a segunda maior demanda do Walfredo Gurgel, ficando atrás apenas de queda da própria altura. Dos casos totais, 709 pessoas, ou 32,76%, foram internadas no Walfredo após o primeiro atendimento de urgência, com uma média de cinco dias de permanência.

A maior incidência de problemas envolve fratura na perna, seguida de traumatismo craniano e fraturas no antebraço, no pé e no ombro/braço. Quase 60% dos pacientes atendidos no Walfredo por acidente de moto estão entre 21 e 40 anos, ou seja, em plena idade econômica ativa. Outros 10% têm entre 16 e 20 anos, enquanto 15% configuram-se na faixa de 41 a 50 anos.

Desde 2021, o acompanhamento dos dados de atendimento a acidentes de moto no Walfredo Gurgel apresenta um crescimento sustentado, saindo de uma média mensal de 598 naquele ano para 700 em 2023.

Publicidade

Milhares norte-americanos alegam que EUA ignoraram efeitos da vacina contra covid e buscam compensação

Milhares de norte-americanos que alegam ter sofrido com efeitos adversos das vacinas contra a covid-19 dizem que foram negligenciados pelo governo dos Estados Unidos e as autoridades de saúde. Segundo uma investigação do jornal New York Times, dos 270 milhões de vacinados até abril de 2024, cerca de 13.000 buscaram compensação por lesões possivelmente relacionadas aos imunizantes, mas apenas 47 foram considerados elegíveis.

A preocupação com efeitos colaterais graves decorrentes das vacinas contra o coronavírus ressurgiu nesta semana, quando a farmacêutica AstraZeneca reconheceu em um processo judicial a possibilidade de efeitos adversos raros ligados ao seu imunizante.

A vacina, que está autorizada no Brasil desde 17 de janeiro de 2021, não é permitida nos EUA. No país, 677 milhões de doses de vacinas contra a covid foram administradas, com aprovação da FDA (Food and Drug Administration) para apenas 5 variações: Comirnaty, Moderna, Novavax, Pfizer-BioNTech e Spikevax.

Segundo o jornal, autoridades federais de saúde asseguraram que os efeitos colaterais graves eram raros e que a vigilância era eficaz na detecção de problemas. No entanto, profissionais da área agora expressam arrependimento pela falta de transparência quanto aos efeitos adversos das vacinas. Janet Woodcock, comissária interina da FDA em 2021, afirmou acreditar que alguns vacinados sofreram reações incomuns, mas que “que mudaram suas vidas”.

Durante mais de um ano, o New York Times entrevistou 30 pessoas que alegaram ter sofrido efeitos adversos das vacinas contra a covid. Elas relataram uma variedade de sintomas, alguns neurológicos, autoimunes e cardiovasculares.

Leia alguns relatos:

  • Shaun Barcavage (54 anos): teve aumento da frequência cardíaca ao ficar em pé depois da 1ª dose da vacina contra a covid, indicando síndrome da taquicardia ortostática postural. Ele também sentiu dor nos olhos, boca e genitais, e continua com zumbido nos ouvidos;
  • Renee France (49 anos): desenvolveu paralisia de Bell –uma forma de paralisia facial, geralmente temporária– e uma erupção cutânea depois da vacinação, com médicos desconsiderando a conexão com as vacinas contra a covid. A erupção cutânea, um surto de herpes-zóster, a deixou debilitada por 3 semanas;
  • Michelle Zimmerman (37 anos): sentiu dor intensa irradiando do braço esquerdo até a orelha e pontas dos dedos após receber a vacina da Janssen. Em poucos dias, tornou-se extremamente sensível à luz e teve dificuldade em lembrar fatos simples, sendo posteriormente diagnosticada com danos cerebrais.

Ainda segundo o jornal, as autoridades federais de saúde dos EUA ainda não acreditam que as vacinas contra a covid tenham causado as doenças relatadas.

Embora possam causar reações transitórias como fadiga e febre, o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças, em português) documentou oficialmente só 4 efeitos colaterais graves e raros, incluindo síndrome de Guillain-Barré e distúrbios de coagulação sanguínea associados à vacina da Janssen. Também foi relatado inflamação cardíaca relacionada às vacinas da Pfizer-BioNTech e Moderna.

Mas as autoridades norte-americanas enfrentam dificuldades na identificação de possíveis efeitos secundários das vacinas por causa da fragmentação do sistema de saúde nos EUA, o que complica a detecção de reações extremamente raras.

New York Times analisou como países com sistemas de saúde centralizados abordaram os relatos de efeitos colaterais graves das vacinas contra a covid-19. Por exemplo, em Hong Kong, o governo examinou os registros médicos dos pacientes após a vacinação e incentivou a população a relatar quaisquer problemas, inclusive oferecendo compensações financeiras.

Especialistas afirmam que essa abordagem resultou na identificação de reações adversas que poderiam passar despercebidas de outra forma.

Publicidade

No Estado, mortes por vírus respiratórios crescem 70%

Desde o início do ano até 16 de abril (Semana epidemiológica 15), 91 óbitos foram causados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Rio Grande do Norte. O Estado tem enfrentado um aumento significativo nos casos e mortes por vírus respiratórios. Dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) revelam que houve um aumento de 70,3% nas mortes neste período em comparação com o mesmo recorte de tempo do ano passado. Os casos de SRAG cresceram 65,9%. Baixa procura por vacinação pode ser um dos fatores para aumento de mortes.

A SRAG é caracterizada por uma infecção respiratória que causa comprometimento das funções pulmonares. Geralmente causa febre alta, tosse, falta de ar, dor de garganta, coriza, entre outros. É importante destacar que a SRAG pode ser causada por diferentes agentes infecciosos, incluindo o vírus da gripe (influenza), vírus respiratórios sinciciais (VSR), coronavírus (incluindo o SARS-CoV-2, responsável pela Covid-19), entre outros. Os boletins epidemiológicos da Sesap (até SE 15) mostram que as mortes por SRAG passaram de 64 para 91, entre 2023 e 2024.

Nas unidades de saúde, o aumento é perceptível. Nêvita Medeiros buscou atendimento em uma unidade de pronto atendimento para o filho, de 4 anos, que está com pneumonia. “Ele estava com crise de garganta, febre, fizemos o exame e ele está com pneumonia, agora é ter todos os cuidados. Pelo que a gente vê na família, nos vizinhos e também falando com outras mães, a gente percebe que muitas crianças e adultos estão tendo também. A gente tem que tomar muito cuidado, principalmente nesse inverno”, conta.

Moradora de Felipe Camarão, na zona Oeste de Natal, Gilmara Elias também procurou ajuda médica para tratar o filho de 6 anos, que está tossindo e com febre. “A gente não sabe ainda o que é, só que ele vem reclamando bastante, com uma moleza, muita febre. Temos que ficar sempre atentas porque muita gente vem adoecendo, principalmente nesse tempo agora, que chove num dia e faz sol no outro”, afirma.

A médica infectologista Marise Reis destaca a possibilidade de “uma somatória de vírus que trazem mais danos graves”. A sazonalidade também é outro fator que pode ajudar a entender o crescimento de casos, acrescenta. “O nosso inverno, que é o período de chuvas, geralmente tem uma ocorrência maior de casos, mas nós estávamos observando, desde o início do ano, que os casos estavam se antecipando, tanto é que houve também a antecipação da campanha contra a influenza. E esse é um ponto que eu chamaria a atenção”, diz.

O Rio Grande do Norte antecipou a campanha de vacinação contra a gripe, que começou em 18 de março, em uma semana, mas somente 30,8% da meta foi atingida até o momento. “Isso serve para alertar a população de que nós precisamos vacinar a população de risco, os idosos, as crianças, contra a influenza, covid e vírus respiratórios que podem causar pneumonia e morte. Essa seria a mensagem mais importante que poderíamos passar com toda essa situação”, comenta a médica infectologista, especialista em doenças infectocontagiosas.

Este ano a campanha de vacinação contra a influenza iniciou no dia 18 de março e segue até 31 de maio, vacinando o público prioritário, como crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade, gestantes, puérperas, idosos com 60 anos ou mais, professores e povos indígenas. A meta é imunizar, pelo menos, 90% de cada um dos 17 grupos prioritários para a campanha, que no RN somam 1,3 milhão de pessoas.

Publicidade

AstraZeneca admite pela 1ª vez ‘efeitos colaterais raros’ da vacina contra covid

Pela primeira vez, a AstraZeneca admitiu à Justiça que sua vacina contra a covid pode causar “efeito secundário mortal”. O laboratório farmacêutico é alvo de ação coletiva movida por dezenas de famílias que culpam a companhia por supostos efeitos colaterais que podem ter provocado “danos à saúde ou até mesmo a morte” de pacientes vacinados. As informações são do jornal britânico Daily Mail.

Os advogados que representam os familiares acreditam que alguns deles podem receber indenização de até £ 20 milhões (R$ 128 milhões).

Apesar de contestar as alegações, a AstraZeneca, com sede em Cambridge, no Reino Unido, reconheceu em um documento legal apresentado em fevereiro ao Tribunal Superior que a sua vacina pode, “em casos muito raros”, causar Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (TTS)”.

A condição leva à formação de coágulos, o que provoca uma redução do número de plaquetas no sangue. As plaquetas ajudam o sangue a coagular. Uma vez que admitiu a reação, a AstraZeneca pode ter de indenizar cada caso, de acordo com o jornal inglês The Telegraph.

A notícia veio à tona poucos dias depois de a empresa informar que receita no primeiro trimestre de 2024 foi de £ 10 bilhões (R$ 641 bilhões), o que representa um aumento de 19%.

Quem pede indenização
De acordo com o Daily Mail, um dos pacientes que buscam indenização por lesões relacionadas à vacina da AstraZeneca é o engenheiro de TI Jamie Scott. Ele teria ficado com uma lesão cerebral permanente após receber a vacina, em abril de 2021. Ele é pai de dois filhos e não consegue trabalhar desde então.

Este é um dos 51 processos apresentados no Tribunal Superior e que buscam ressarcimento por danos. Advogados que representam vítimas e famílias estão processando a AstraZeneca sob a Lei de Proteção ao Consumidor de 1987.

Cerca de 50 milhões de doses da vacina AstraZeneca foram distribuídas no Reino Unido no total. Dados oficiais mostram que mais de 80 britânicos teriam morrido por complicações de coágulos sanguíneos possivelmente ligados à vacina da AstraZeneca, segundo a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido,

Como as autoridades de saúde não encomendaram mais doses, isso significa que a vacina foi praticamente retirada no Reino Unido.

A AstraZeneca diz que sua vacina é responsável por salvar cerca de 6 milhões de vidas em todo o mundo durante a pandemia de Covid.

Publicidade

Hipertensão arterial também atinge crianças

A hipertensão é uma doença silenciosa que, de acordo com o Ministério da Saúde, mata 300 mil pessoas no Brasil por ano. O problema atinge cerca de 32% dos brasileiros com mais de 18 anos, mas também pode chegar às crianças – principalmente, pelo aumento global da obesidade infantil. Tanto para adultos quanto para crianças, o compromisso é ampliar o número de diagnósticos precoces, rastrear fatores de risco, conscientizar os pacientes sobre hábitos saudáveis, e orientá-los a adotar um estilo de vida que tenha como base uma alimentação equilibrada.

A puberdade é o período da vida em que a hipertensão pode se manifestar da forma mais precoce. Contudo, os indícios podem vir antes. A cardiologista pediátrica Mayra Moreira diz que a hipertensão arterial do tipo primária pode se manisfestar por volta dos seis anos de idade. “Ela é a hipertensão essencial, a causa mais comum. Já a secundária, resultado de cardiopatias congênitas e doenças renais, podem se manifestar desde o nascimento”.

No caso da hipertensão primária, segundo Mayra, os principais fatores de risco para a criança são: sobrepeso, obesidade, a falta da prática de atividade física associado ao tempo prolongado de tela, hábitos alimentares não saudáveis, e antecedentes familiares para hipertensão. “Mas não há dúvida que o principal fator é a obesidade”, enfatiza.

O diagnóstico de hipertensão em um criança deve despertar os mesmos cuidados que a um adulto, apesar de suas particularidades. “A criança apresenta peculiaridades do ponto de vista da gênese da hipertensão, diferentemente do adulto. Logo, o acompanhamento com o cardiologista pediátrico é essencial para estabelecer os cuidados específicos para cada criança”, afirma.

A questão dos sintomas nas crianças também se manifesta de forma peculiar. “A hipertensão na criança costuma ser assintomática, exceto pela pressão arterial elevada ao exame físico. Diante disso, a pressão arterial dever ser monitorada anualmente, a partir dos três anos de idade. Isso ressalta a importância da consulta com o cardiologista pediátrica para prevenção e monitoramento adequado da pressão arterial”, ressalta.

A cardiologista também alerta que medir a pressão da arterial da criança envolve aparelho específico para cada faixa etária. “Aferir a pressão da criança com aparelhos de adultos e digitais não é adequado e pode induzir ao erro diagnóstico”, diz. Mayra ressalta que a hipertensão arterial essencial na criança é um diagnóstico de exclusão.

“O cardiologista pediátrico precisa excluir outros diagnósticos para então determinar a gênese da hipertensão. O tratamento medicamentoso se restringe a alguns casos. Normalmente iniciamos o tratamento com orientações sobre o estilo de vida, dieta, peso corporal e exercícios físicos”, explica.

A endocrinologista Taísa Macedo ressalta que a obesidade ainda é o fator que torna a criança mais vulnerável ao desenvolvimento da hipertensão. “A obesidade é o maior fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão na criança. Nas últimas décadas, estima-se que a taxa de diagnóstico de hipertensão arterial tenha dobrado. A pressão arterial de uma criança deve ser medida a partir de três anos de idade. A ocorrência maior é a partir da puberdade”, diz.

Raramente, atesta a endo-crinologista, a hipertensão arterial apresenta sintomas, mas quando ocorre, a criança pode se queixar de indisposição, mal estar geral, e dor de cabeça. Taísa afirma que quando ocorre o diagnóstico em menores de idade, os cuidados são essencialmente similares aos dos adultos. “São medidas de mudança de estilo de vida que valem para todos: alimentação saudável, atividade física, higiene do sono e redução de tempo de tela, as-sociado ao uso de medicamentos quando necessário”, explica.

A obesidade infantil é um problema de saúde pública global com graves consequências para a saúde e longevidade na vida adulta. Crianças obesas têm maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto do miocárdio, AVC, além de diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer, e doenças respiratórias como asma, apneia do sono, entre outras.

Pressão alta
Popularmente chamada de “pressão alta”, a hipertensão pode acometer pessoas em qualquer fase da vida, na adolescência inclusive. A hipertensão se caracteriza basicamente por um quadro persistente de elevação dos níveis da pressão arterial. Isso acontece quando a pressão do sangue no interior dos vasos, no caso das artérias, atinge valores considerados danosos à saúde. Por ser uma doença crônica, a hipertensão tem controle e tratamento, mas não tem cura.

Os especialistas afirmam que um a cada quatro brasileiros são diagnosticados com a doença. A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença que envolve uma série de alterações no corpo humano. Interfere no processo da doença aterosclerótica, que consiste no envelhecimento dos vasos, prejudicando o funcionamento de vários órgãos, como os rins, vasos cerebrais e cervicais, além do enfraquecimento do próprio coração.

Apesar de 90% dos casos serem hereditários, outros fatores também influenciam no surgimento da doença, como obesidade, estresse, consumo exagerado de sal, altos níveis de colesterol, e sedentarismo. Para ter uma boa qualidade de vida com o diagnóstico de hipertensão arterial é preciso cultivar hábitos saudáveis, realizar acompanhamento médico e utilizar corretamente a medicação.

Segundo o Ministério da Saúde, 32% da população adulta brasileira – o equivalente a 36 milhões de indivíduos – têm hipertensão. O mais grave é que somente 50% dessa população sabe que é hipertensa, e apenas metade realiza tratamento. A hipertensão pode aumentar o risco de infarto agudo do miocárdio, o AVC, e a longo prazo, o desenvolvimento de insuficiência cardíaca.

O cardiologista vai poder individualizar o que é melhor para cada paciente. Já o tratamento não me-dicamentoso é baseado em mudança de estilo de vida. O paciente deve iniciar uma atividade física de forma rotineira e perder peso. É importante manter o peso adequado e cuidar da alimentação.

Para lembrar e chamar a atenção para esse mal silencioso, a Organi-zação Mundial da Saúde (OMS) instituiu o 17 de maio, como o Dia Internacional de Prevenção e ao Combate da Hipertensão Arterial.

Publicidade

Brasil tem quase 4 milhões de casos prováveis de dengue

O Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde contabiliza nesta quinta-feira (25) 3.852.901 casos prováveis de dengue registrados em todo o país nos quatro primeiros meses de 2024. O número representa mais que o dobro de casos prováveis da doença identificados ao longo de todo o ano passado: 1.649.144.

Dados da pasta indicam ainda 1.792 óbitos confirmados por dengue em 2024, além de 2.216 mortes em investigação. O coeficiente de incidência da doença no país, neste momento, é 1.897,4 casos por cada 100 mil habitantes. A letalidade em casos prováveis é 0,05 e a letalidade em casos de dengue grave é 4,43.

A maioria dos casos prováveis segue concentrada na faixa dos 20 aos 29 anos, seguida pelas faixas dos 30 aos 39 anos, dos 40 aos 49 anos e dos 50 aos 59 anos. Já a faixa etária menos atingida é a de crianças menores de 1 ano, seguida por pessoas com 80 anos ou mais e por crianças de 1 a 4 anos.

Minas Gerais ainda responde pelo maior número de casos prováveis de dengue (1.167.056). Em seguida estão São Paulo (927.065), Paraná (391.031) e Distrito Federal (232.899). Já os estados com menor número de casos prováveis são Roraima (252), Sergipe (3.053), Amapá (4.480) e Rondônia (4.715).

Quando se considera o coeficiente de incidência da doença, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 8.267,4 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em seguida estão Minas Gerais (5.682,2), Paraná (3.417,1) e Espírito Santo (2.994). Já as unidades federativas com menor coeficiente são Roraima (39,6), Ceará (109,3), Sergipe (138,2) e Maranhão (138,4).

Publicidade