Sete em cada 10 pessoas com depressão ou ansiedade são mulheres, aponta pesquisa

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população. Para as mulheres, a preocupação é ainda maior. Uma pesquisa da Think Olga, uma organização não-governamental de inovação social, revelou que 7 em cada 10 diagnósticos de ansiedade e depressão eram de mulheres.

Entre os motivos apontados para o alto índice desses diagnósticos está a sobrecarga de demandas em casa e no trabalho, além de outras questões.

“Não podemos negar que a maioria das mulheres trabalham fora e ainda administram as tarefas de casa. Ainda lutamos contra o estigma de que “cuidar” é uma atribuição apenas feminina, muitas pesquisas mostram como estamos adoecendo, e não é de hoje”, explicou a psicóloga e professora de pós-graduação da PUC do Paraná, Mariana Holanda.

De acordo com o estudo, tanto a ansiedade quanto a depressão também estão conectadas a problemas financeiro, uma vez que existe a disparidade salarial entre homens e mulheres que ocupam os mesmos cargos no trabalho. “A mulher que faz a mesma coisa que o homem ganha 30% a menos. Isso é estimulante?”, questiona a psicóloga.

Além da saúde mental, há os problemas relacionados à questão física também. De acordo com Fórum Brasileiro de Segurança Pública o número de feminicídios em 2023 aumentou em 1,6% em relação ao ano anterior. Forma quase 1.500 casos.

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Cigarro eletrônico: Após 5 anos de vape, jovem de 20 anos ouve de médicos que não deve passar dos 40 anos

Karlee Ozkurt, moradora de Wisconsin, nos Estados Unidos, foi informada pelos médicos que não viveria após os 40 anos de idade pois seus pulmões foram prejudicados pelo uso constante de vape. A jovem começou a utilizar o cigarro eletrônico em 2018, aos 15 anos. Ela conta que era comum dar cerca de 600 tragadas por dia, pois aquilo a fazia parecer “descolada”.

Um dos pulmões falhou e entrou em colapso

Em 2021, Karlee já havia sido alertada a parar de fumar quando um de seus pulmões falhou pela primeira vez, entrando em colapso. Processo que ocorre quando se forma uma cavidade no pulmão, permitindo, assim, que o ar entre no espaço vazio entre o órgão respiratório e a caixa torácica. No entanto, a condição é tratável e raramente fatal.

Após tentativas de abandonar o hábito, no ano seguinte, ela sofreu um segundo colapso. O seu quadro foi grave e foi necessário “fundir” o pulmão direito à sua caixa torácica. Atualmente, Karlee ainda está em processo de se desprender do vício.

‘Poderia morrer aos 40 ou 50 anos’

“Você nunca pensa que esse tipo de coisa vai acontecer com você, mas aconteceu comigo. Parecia que meu pulmão estava pegando fogo. Caí na armadilha de pensar que vaporizar era legal – mas é estúpido. Eu não percebi até que fosse tarde demais. Eu poderia morrer aos 40 ou 50 anos e tudo por que fui pressionada pelos meus colegas”, afirmou.

De acordo com um estudo feito pelo Center for Tobacco Research do The Ohio State University Comprehensive Cancer Center e pela Southern California Keck School of Medicine, ambos nos Estados Unidos, apenas 30 dias de consumo dos chamados vapes podem gerar problemas respiratórios severos, mesmo em pessoas com boas condições de saúde e pouca idade, público que mais consome esse tipo de produto.

Cigarros eletrônicos aumentam a probabilidade de infarto

Além disso, uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) afirma que os cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes, aumentam em 1,79 vez a probabilidade de infarto. Ainda, foi mostrado pelos pesquisadores que os vários componentes químicos, como nicotina, propilenoglicol, partículas, metais pesados e aromatizantes que estão presentes nos cigarros eletrônicos induzem aterosclerose, doença inflamatória crônica de origem multifatorial.

No Brasil, a venda, a importação e a publicidade dos cigarros eletrônicos é proibida. Em 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revisou a questão e decidiu pela manutenção dessa proibição destes dispositivos. Os argumentos científicos que balizaram a decisão incluíram o fato de estudos mostrarem que o uso de cigarros eletrônicos não é útil para tratar o tabagismo ou parar de fumar, além de causar dependência e riscos à saúde, devido à presença da nicotina, uma substância psicoativa.

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Dengue atinge recorde histórico no Brasil com mais de 1,8 milhão de casos em 2024

Em apenas 78 dias, desde o início de 2024, o Brasil atingiu um recorde histórico de dengue, com 1.889.206 casos prováveis da doença até os registros desta segunda-feira, 18. Os números são do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, pasta comandada pela socióloga e ex-presidente da Fiocruz, Nisia Trindade.

De acordo com a plataforma que organiza os dados da doença no país, sob governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil já totaliza 561 mortos pela dengue; esse número equivale a 51,2% do total de óbitos registrados em todo o ano de 2023, que foi de 1.094.

Outras 1.020 mortes ainda estão sendo investigadas pelo Ministério da Saúde.

Em quase três meses, a situação atual é 11,8% maior do que o drama da dengue enfrentado pela população brasileira em 2015.

Naquele ano, o Brasil teve o maior número de casos até então, 1.688.688. Era governo da petista Dilma Rousseff e houve troca de ministros na pasta da Saúde: Arthur Chioro deixou o cargo em outubro; Marcelo Castro assumiu em meio à crise.

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Aumento de alergias está relacionado a diversos fatores; entenda

A alergia é uma resposta do sistema imunológico a variados elementos que entram em contato com o organismo. Apesar desse conjunto de reações ter as mais diferentes origens, o número de pessoas afetadas por elas pode crescer de uma forma preocupante nos próximos anos. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), até 2050, cerca de 50% da população terá algum tipo de alergia. Mudanças climáticas, aumento da poluição e alimentos ultraprocessados estão entre as possíveis causas do aumento das alergias.

A médica alergista e imunologista Roberta Piccin de Oliveira, ressalta que ninguém nasce alérgico. “Para desenvolver qualquer alergia, é preciso que o indivíduo entre em contato com o alérgeno causador da reação. A alergia é a resposta excessiva do sistema imunológico a substâncias externas”, explica. Ela acredita que o aumento na incidência de doenças alérgicas observadas ultimamente, sugere que mudanças ambientais, dietéticas e de estilo de vida, podem ter importante papel nesse fenômeno.

As mudanças cotidianas afetam diretamente as alergias mais prevalentes na população, como a alimentar, asma, rinite e dermatite atópica. As mudanças climáticas, sobretudo as famosas ondas de calor, podem influir bastante nas alergias respiratórias, segundo Roberta. “O aumento do calor pode causar uma maior permanência dos poluentes no ar, piorando principalmente as doenças respiratórias”, diz.

Ela também faz menção às chuvas, enchentes e inundações cujas ações constantes promovem a proliferação de mofo nas habitações. Esse desequilíbrio climático também chega até as plantas, afetando as estações polínicas. “A gente não sabe até que ponto isso vai alterar na quantidade de pólen que vai ser disseminado para o ambiente. É outro fator que pode desencadear as rinites e também as crises de asma”, diz.

Além da desidratação e da insolação causadas pelas ondas de calor, elas também podem ser nocivas aos pacientes que têm doenças respiratórias, como a asma, a rinite, ressalta a alergista. “O calor dificulta muito a respiração, pois desidrata as nossas secreções, fazendo com que o paciente tenha crises mais intensas. Além disso, quando está muito quente a gente perpetua os poluentes na atmosfera, e isso também prejudica”, alerta.

Em relação às alergias alimentares, Roberta Piccin faz uma alusão às dietas exageradas. “Dietas extremamente restritivas também podem favorecer a uma alergia alimentar quando o paciente for exposto futuramente ao alimento restrito. O uso também de protetores gástricos também alteram a flora intestinal, as bactérias ‘do bem’ que nós usamos no nosso intestino”, explica.

A médica ressalta que qualquer alimento potencialmente pode causar sintomas de alergia, contudo, há um grupo de alimentos que são considerados mais alergênicos que outros, sendo os responsáveis pela maior parte das reações que são registradas hoje em dia. Dentre esses alimentos, segundo Roberta, estão o leite, o ovo, a soja, o trigo, o amendoim, as castanhas, os peixes, e os frutos do mar.

No Brasil não há estatísticas oficiais, porém, a prevalência parece se assemelhar com a literatura internacional, que mostra cerca de 8% das crianças, com até dois anos de idade, e 2% dos adultos com algum tipo de alergia alimentar.

Gatilhos
A dermatite atópica é uma doença inflamatória da pele, que causa coceira intensa, ressecamento e eczema. Ela tem base genética, e afeta até 20% das crianças e cerca de 3% dos adultos. A alergista explica que alguns fatores externos podem ser gatilhos para a exacerbação dessa doença. e para o início de uma crise, como por exemplo, aeroalérgenos que muitas vezes estão no ar, poluentes, até alguns alimentos.

As temperaturas mais altas também podem influenciar na gravidade da dermatite atópica, pois o calor aumenta a vascularização e faz com que os sintomas de prurido, de coceira, e as crises de urticária naqueles pacientes que são mais sensíveis ao calor ou têm uma piora quando transpiram. “Isso acaba exacerbando nessas condições”, diz a médica.

A incidência de alergias também pode ser diminuída por uma mudança de estilo de vida. Roberta cita hábitos saudáveis, como alimentação natural, atividade física e recreativa, ar livre, estímulo à amamentação, uma introdução alimentar de forma variada e gradual a partir dos seis meses de vida, sono adequado, diminuição do uso excessivo e desnecessário de antibióticos. “Quanto maior a diversidade de alimentos que se ofertar após os seis meses de vida do bebê, menor o risco de alergia alimentar”, diz.

O designer Thiago Oliveira tem rinite e asma desde criança, uma “herança” de seu pai, também alérgico. Há ainda a alergia a crustáceos. A convivência com a doença o acostumou a manter os ambientes limpos, sem fumaça, poeira, e livres de ácaros o máximo possível. Mas em tempos de oscilações climáticas, fica difícil de evitar o problema. “Quando chove e a temperatura desce ou sobe, a crise vem com força. É algo que me impede até de trabalhar, preciso tomar remédio e descansar”, diz.

Thiago faz uso eventual de sprays nasais, e também de tratamentos que o fazem ficar sem crises durante alguns meses – mas sempre volta. Quanto à alergia alimentar, ele conta que durante uma época até conseguiu saber o gosto dos crustáceos durante três meses, mas depois os sintomas vieram com tudo. Detalhe: o pai também sofre de alergia alimentar, mas o ingrediente é carne de porco.

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Quase metade dos medicamentos da lista da Unicat estão indisponíveis

Quase a metade dos medicamentos da lista que deveria estar disponível na Unidade Central de Agentes Terapêuticos do Rio Grande do Norte (Unicat-RN) está em falta para os usuários potiguares. É o que aponta uma lista pública da própria Unicat, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap-RN) cuja data da última atualização é o dia 4 de março de 2024.

Ao todo, 95 dos 211 medicamentos encontram-se indisponíveis para pacientes, que precisam recorrer a compras com recursos próprios e em alguns casos, a ficarem sem a medicação por não possuir disponibilidade em farmácias. Cerca de 70 mil potiguares encontram-se com cadastro ativo para recebimento de medicamentos na Unicat-RN.

Segundo a lista da Unicat, dos 95 indisponíveis, 69 desses medicamentos já estão em processo de licitação e outros 15 aguardam distribuição do Ministério da Saúde. Por fim, outros 12 medicamentos estão indisponíveis, porém, sem pacientes cadastrados na Unicat para dispensação. O órgão não informou quantos pacientes estão sendo prejudicados sem os medicamentos.

Segundo o diretor técnico da Unicat, Thiago Vieira, vários fatores explicam o fato do órgão não dispor dos medicamentos em sua completude, como insucesso em licitações e demora no envio de remédios por parte do Ministério da Saúde, que segundo ele, é quem compra a 50% dos remédios que a Unicat distribui. Para este ano, a execução para medicamentos deve girar na casa de R$ 15 a 20 milhões, segundo interlocutores da Unicat.

Um episódio que chamou a atenção recentemente foi o de pacientes com asma que passaram a não ter acesso a medicação, problema que se arrasta desde final de outubro. São quatro medicamentos em falta, como formoterol, budesonida, e atorvastatina, que a Sesap não conseguiu dar andamento à licitação e a compra dos medicamentos. Segundo Thiago Vieira, da Unicat, cerca de 5,8 mil pacientes fazem parte desse grupo.

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