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Policial militar da reserva é morto a tiros durante vaquejada em Cruzeta
Um homem foi assassinado durante uma vaquejada na madrugada deste domingo (3) na zona rural de Cruzeta, na região Seridó potiguar, distante cerca de 232 km de Natal.
A Polícia Militar confirmou que a vítima é um policial militar da reserva, de 58 anos. Segundo o 6º Batalhão, que atendeu a ocorrência, ele era conhecido como Sargento Felipe.
Até a tarde deste domingo (3), no entanto, o corpo da vítima seguia sem identificação oficial no Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN).
Segundo a PM, o crime aconteceu por volta das 2h50 na comunidade conhecida como Sítio Salgado, durante uma vaquejada. Segundo a polícia, o militar da reserva foi vítima de disparos de arma de fogo na saída do evento, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Policiais militares do 6° Batalhão da PM foram até o local, isolaram a cena de crime e acionaram o Itep e a Polícia Civil para dar início às investigações.
Buscas pelos suspeitos foram realizadas na região, mas ninguém foi preso. A motivação do crime ainda deverá ser investigada.
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Votação antecipada nos EUA já equivale a quase metade do total geral de votos da eleição passada
A votação antecipada nos Estados Unidos já equivale a 46% do total de votos na última eleição. Foram mais de 72 milhões de votos registrados até este domingo, 3, no que promete ser uma disputa voto a voto entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump.
Na Georgia, Estado decisivo, 4 milhões de pessoas já compareceram às urnas, o que corresponde a 80% do total de votos na última eleição. No Arizona e na Carolina do Norte, também decisivos, a metade dos eleitores saiu de casa antes para escolher entre Kamala e Trump.
Os números sugerem uma mudança, intensificada pela pandemia mas duradoura, nos hábitos de votação nos EUA. O dia oficial da eleição é a próxima terça-feira, 5.
A votação antecipada não chegou ao mesmo nível da última eleição, em 2020, marcada pela pandemia, mas superam qualquer pleito anterior. Depois de anos desqualificando o voto adiantado e por correio, Donald Trump passou a emitir sinais mistos e incentivar que os republicanos fossem às urnas o quanto antes.
Reflexo de uma eleição acirrada, em que as pesquisas apontam empate técnico, 40% dos eleitores que depositaram seus votos antecipadamente estão registrados como democratas e outros 40% como republicanos, segundo levantamento da rede americana NBC. 54% foi pessoalmente às urnas e outros 46% enviaram por correio.
O número de cédulas de votos antecipados deve continuar a subir antes do dia da eleição. Em comícios recentes nos Estados decisivos, Trump e Harris incentivaram seus apoiadores e eleitores indecisos a votar antecipadamente. Para as campanhas, a votação antecipada permite garantir o voto dos apoiadores para focar nos indecisos.
As regras de votação variam de acordo com o Estado. Alguns permitem que o processo se estenda por semanas, alguns enviam automaticamente cédulas para todos os eleitores registrados e outros limitam rigorosamente quando um eleitor pode votar antes do dia da eleição.
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Flamengo e Atlético-MG se enfrentam pela final da Copa do Brasil
Flamengo e Atlético (MG) abrem neste domingo (3), às 16h, a grande decisão da Copa do Brasil 2024. No Maracanã, os clubes disputam a primeira partida da final, com o Atlético buscando manter a solidez defensiva que garantiu sua classificação na Libertadores e o Flamengo focado em conquistar seu principal troféu da temporada.
O Atlético-MG chega embalado após segurar o River Plate no Monumental de Núñez e avançar à final da Libertadores. A equipe de Gabriel Milito valoriza uma defesa sólida e transições rápidas, o que deve ser explorado também no confronto contra o Flamengo, que terá a maioria das ações ofensivas. O Galo aposta na dupla Hulk e Deyverson para os contra-ataques, além do apoio dos laterais Arana e Scarpa.
Já o Flamengo, sob o comando de Filipe Luís, vem com foco total na Copa do Brasil após empatar com o Internacional em um jogo movimentado pelo Brasileirão. Filipe Luís terá desfalques de Pulgar e Bruno Henrique, mas conta com Arrascaeta e Gabigol para conduzir o time em um esquema tático voltado para posse de bola e finalizações. No ataque, Plata e Michael devem utilizar velocidade para furar a defesa do Galo.
O retrospecto recente entre as equipes aponta vantagem para o Flamengo, que conquistou quatro vitórias nos últimos seis confrontos, enquanto o Atlético-MG venceu duas vezes. O rubro-negro espera contar com o apoio de sua torcida para abrir vantagem no Maracanã, enquanto o Atlético planeja um jogo estratégico para levar a decisão para Belo Horizonte.
A pressão do Flamengo deverá ser intensa, especialmente com a presença de jogadores como Gerson e Arrascaeta no meio-campo, responsáveis por criação e distribuição de jogadas. Com forte pressão alta, o rubro-negro vai tentar impedir que o Atlético consiga articular suas saídas e criar chances de perigo, explorando as falhas do adversário.
Por outro lado, o Atlético-MG deverá apostar em um esquema de três zagueiros para dar segurança à defesa, enquanto Arana e Scarpa se posicionam mais adiantados. O técnico Gabriel Milito busca manter a equipe compacta e com opções para saídas rápidas em contra-ataques, uma tática que tem sido essencial para o Galo em confrontos decisivos.
Com o empate pelo Brasileiro, o Flamengo somou 55 pontos e segue na quarta colocação. Já o Atlético vive um momento de confiança no mata-mata e aposta em sua forte defesa para parar o ataque rubro-negro.
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Marinha do Brasil faz alerta para ventos de até 60km/h no litoral do RN
A Marinha do Brasil emitiu um aviso de alerta de mau tempo para o litoral do Rio Grande do Norte, com previsão de ventos de até 60 km/h no oceano entre este domingo (30), até a segunda-feira (4).
Os ventos, segundo a Marinha do Brasil, podem afetar toda a faixa litorânea de Natal (RN) até São Luís (MA), no sentido de direção sudeste a nordeste.
A Marinha do Brasil mantém todos os avisos de mau tempo em vigor no endereço eletrônico: https://www.marinha.mil.br/chm/dados-do-smm-avisos-de-mau-tempo
Por conta da intensidade, a Marinha informou que os navegantes devem consultar as informações antes de se “fazerem ao mar”, solicitando ampla divulgação às comunidades de pesca e esporte e recreio.
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Senadores do RN reagem à PEC da Segurança de Lula
A bancada federal do Rio Grande do Norte, admite que a legislação vigente no país precisa de modificações para tornar mais eficaz o enfrentamento do crime organizado e a redução da violência, mas considera que a proposta do governo carece de aperfeiçoamento, fere o federalismo brasileiro, retira atribuições e restringe a atuação de Estados e municípios.
O senador Rogério Marinho (PL) alerta que o presidente Lula, com essa PEC, “se aproveita da crise de segurança pública que assola o Brasil para tentar retirar competências estaduais e dotar os órgãos federais de superpoderes”.
Rogério Marinho afirma que a proposta do governo federal “afronta a autonomia federativa, pois segurança é um tema que deve ser tratado levando em conta as peculiaridades locais”.
Segundo Marinho, “se estivesse mesmo preocupado com o país, Lula deveria promover a interlocução com o Judiciário, para evitar interferências como a ADPF 635, que retira autonomia da polícia do Rio de Janeiro para atuar contra o crime organizado nas favelas”.
Para o senador norte-riograndense, “se aproveitar de problemas tão sensíveis e caros à população para promover aparelhamento ideológico de instituições de Estado é marca histórica do PT. Sabemos no que isso vai dar, e não é bom para o Brasil”.
JOGO DE CENA
O senador Styvenson Valentim disse que “é um tema tão complexo e rico de debates, que não dá para ser discutido com uma reunião daquela com os governadores”.
Styvenson Valentim afirmou, ainda, que a reunião de quinta-feira (31) do presidente Lula com os governadores em Brasília, “politicamente é firula, quero ver na prática, porque quem vai decidir isso na prática é o Congresso Nacional”.
“Aquilo é para dar uma resposta à imprensa: olhe, a gente está preocupado, em 2026 a gente vai dizer que fez a reunião com os governadores, politicamente isso é ótimo, mas na prática, o que é que resolve”, criticou Valentim.
O senador do Podemos exemplificou que “não se consegue aumentar pena para estuprador, porque o PT não deixa, a gente não consegue tornar o crime organizado terrorismo, o PT não permitiu que o projeto caminhe na Câmara, passou no Senado porque botei debaixo do braço”.
Valentim acrescenta que “a legislação já é mais do que velha, tem que mudar o Código Penal e a processual penal, tem que acabar com os benefícios das impunidades, não só dos vagabundos, mas aqueles que têm foro privilegiado e cometem crimes piores do que as facções e as organizações criminosas. Aí eu quero ver como é que vai ser o debate”.
Por exemplo, Valentim defende mudanças, por exemplo, nas audiências de custódia, progressão de regimes, redução da maioridade penal e construção de presídios verticais: “Isso é que tem de ser mudado. Se o Executivo com sua trupe, não se envolvesse nisso, já seria um bom começo”.
Segundo Valentim, segurança pública também é missão dos Estados, mas tem que ter participação de prefeitos e toda sociedade, mas a PEC ainda “é insuficiente, até mesmo o papel do governo federal, porque parece que só está mesmo no artigo 144 da Constituição Federal, na prática é uma dificuldade das coisas acontecerem”.
“Também não adianta ter um Fundo Nacional de Segurança e não se ter capacidade de gasto, muitas vezes os estados não têm planejamento, estratégia e organização para usar os recursos”, alertou.
ZENAIDE
A senadora Zenaide Maia (PSD) disse que “o crime organizado é uma realidade, e não só municipal e nem estadual, acontece em todo Brasil e precisamos realmente que os dados sejam em conjunto, que se unam, para uma eficiência maior no combate. Acho o projeto interessante, pois não vai tirar autonomia de estados”.
“É compartilhamento de dados”, afirma a senadora, que inclusive apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC nº 44), que já conta com a assinatura de mais de 30 senadores “e determina a aplicação de recursos nas ações e programas do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), de forma progressiva, ao longo de quatro anos, finalizando com uma porcentagem mínima de 2,5% da receita corrente líquida da União”.
“Nós precisamos botar a Segurança Pública no Orçamento Geral da União”, defende a senadora Zenaide Maia.
Gonçalves e Benes criticam a PEC
Entre os oito parlamentares que compõem a bancada potiguar na Câmara Federal, o deputado Sargento Gonçalves (PL) considera “esta tal PEC da segurança pública inadequada e desnecessária.”
Sargento Gonçalves argumenta que “só não vê quem não quer, a intenção de Lula e seus “companheiros” não é melhorar a segurança pública ou diminuir a criminalidade. Muito menos fechar o cerco às facções criminosas”.
No entendimento de Gonçalves, “o objetivo é exatamente outro: criar uma espécie de guarda nacional fardada, aos moldes da Guarda Nacional Bolivariana da Venezuela, do companheiro de Lula, Nicolás Maduro”.
Segundo Gonçalves, ”a função do governo federal é apoiar as ações de segurança pública desenvolvidas pelos estados e municípios, e não querer interferir e até usurpar as funções já definidas”.
Finalmente, Gonçalves disse que “é impossível aceitar esse engodo do ex. ministro do STF, e sempre ministro de Lula, Sr. Lewandowisk, que insiste em apelidar está PEC, de aprimoramento da segurança pública do Brasil. No que depender de mim, irei lutar para impedir que este absurdo avance.
FORÇA
Na avaliação do deputado federal Benes Leocádio (União) “tudo que for feito para melhorar as condições de trabalho das forças de segurança do nosso país no enfrentamento à criminalidade é válido. Ainda acho muito pouco pelo caos que vive a segurança pública no país com essas medidas que ainda considero muito tímidas”.
O Benes Leocádio acredita que “a integração total das forças de segurança existentes hoje no Brasil, precisam ser integradas, aproximadas e divididas tudo que for informação e meios para se enfrentar à bandidagem. Mas ainda acho muito pouco que o governo federal está fazendo ou tem feito. Se não houver esse engajamento, essa integração de forças, continuaremos em minoria e em desvantagem, perdendo para as forças da criminalidade”.
Benes Leocádio disse esperar que “em breve essa integração não só das forças da União com os Estados, mas também com as guardas municipais e quem sabe dando-lhe condições inclusive de financiamento com o custeio através do Fundo Nacional de Segurança Pública, porque da forma como está é praticamente a gente vê e saber que se vai continuar enxugando gelo, as medidas na pontas a eficácia ainda é muito pouco, espero que sirva para se dar início a uma discussão mais ampla e até quem sabe é emendarmos essa proposta de emenda à,Constituição e de uma vez por toda buscarmos a integração das forças de segurança do Brasil de verdade”.
Leocádio opinou que “quanto ao tempo de ser agora, acho que já é até muito tarde, já deveríamos ter feito isso há um bom tempo. É importante saber que nós estamos há anos-luz atrás daqueles que desafiam o Estado brasileiro, e lamentavelmente ainda vamos ficar a mercê desses paliativos por muito tempo”.
“Não entendo isso ainda como um verdadeiro e necessário enfrentamento daqueles que teimam em desafiar. Não só as forças, mas também tirar o sossego das famílias brasileiras, que lamentavelmente é o que a gente tem visto hoje”, acrescento Leocádio, para completar: “Todo ano milhares e milhares e milhares de assassinatos, de roubos, de furtos, e o Estado ficando sempre, sempre, sempre a desejar naquilo que ele compreende”.
O deputado federal João Maia (PP) informou que “este é um assunto que ainda terei de estudar, pois não é minha especialidade, mas é certo que acompanharei a decisão do meu partido”.
Coronel Azevedo diz que PEC é uma afronta
O deputado estadual Coronel Azevedo (PT) avalia que “o texto do anteprojeto da PEC da segurança pública expressa o desejo de centralizar o poder policial em um dos entes federativos, a União, embora seu custeio seja eminentemente dos estados, cerca de 80% dos operadores de segurança pública são servidores estaduais, pagos pelos Estados.
Para o Coronel Azevedo, a PEC da segurança “afronta o federalismo brasileiro, enfraquece os estados, ameaça as liberdades. É preciso aprofundar o debate deste tema fundamental, conscientizar a população para afastar os arroubos autoritários, entendendo os riscos que todos estamos correndo”, disse.
O deputado estadual destacou que esta proposta é muito preocupante, revela o plano de concentração de poder pelo governo do PT, de controle absoluto do país.
Segundo Azevedo, “este modelo centralizador é comum em regimes socialistas, a exemplo de Cuba e Venezuela e aprisiona os cidadão nas mãos do Estado”.
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Cresce o número de AVCs entre pessoas de 18 a 45 anos
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) já causou mais de 50 mil mortes no Brasil até agosto de 2024, conforme dados do Portal da Transparência do Registro Civil. Este número reforça o AVC como uma das principais causas de mortalidade e incapacitação no país, mas o impacto da doença entre jovens também preocupa: 18% dos casos ocorrem em indivíduos de 18 a 45 anos, segundo a Rede Brasil AVC. Esse avanço entre faixas etárias mais jovens acende um alerta para especialistas, que destacam a urgência de cuidados preventivos independente da idade.
Em julho de 2023, aos 36 anos, Cintha Pereira vivenciou o inesperado: um AVC que mudou radicalmente sua rotina e percepção sobre a saúde. A potiguar narra como começou a sentir os primeiros sintomas: uma forte dor de cabeça seguida por ânsia de vômito. “Era como uma crise de enxaqueca, e eu já tinha isso com frequência, mas sempre passava. Dessa vez não passou”, relembra. No dia, Cintha estava relaxando ao lado da família na Praia de Genipabu, quando a companheira percebeu que os sintomas apresentados estavam fora do comum e pediu para que elas fossem para um pronto atendimento.
Resistente, Cintha não aceitou e foi direto para casa, até que as dores se agravaram e a companheira decidiu acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Durante o atendimento, a hipótese inicial era uma crise de ansiedade devido ao consumo de álcool, mas que ela já estava acostumada e nunca havia sentido aquilo. A persistência de sua companheira, que percebeu as limitações de Cintha para responder e se movimentar, foi crucial para que o atendimento fosse redirecionado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Lá, foram mais dificuldades até chegar a avaliação com a médica.
“Minha companheira dizia a médica o que está acontecendo isso, mas ela mandava ter calma e que só me atenderia depois de tomar o soro. Minha companheira insistiu outra vez dizendo que eu estava perdendo os movimentos e a médica já ficou até um pouco alterada. Ela abriu meu olho, pediu para apertar a mão dela e eu não apertei”, explica. Foi nesse momento que a equipe médica percebeu a real gravidade do caso e rapidamente encaminhou Cintha para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, onde ela realizou uma tomografia. Foi constatado que se tratava de um AVC e era necessário uma cirurgia.
Segundo Carlos Correia, neurologista no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), o aumento de casos de AVC entre jovens ainda está sendo investigado pela ciência, mas pode ser parcialmente explicado pela precocidade no desenvolvimento de doenças que historicamente atingiam idades mais avançadas, como a diabetes. “Há fatores genéticos e também ambientais, incluindo poluição e estresse, que podem impactar diretamente na saúde vascular. Ainda é difícil entender a real causa desse aumento em jovens, podendo haver fatores externos que desconhecemos”, afirma.
De acordo com o Ministério da Saúde, outros fatores são determinantes para a ocorrência de um AVC, como o sobrepeso, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas ilícitas, histórico familiar e ser do sexo masculino.
Eliane Pereira, cardiologista no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), aponta que o estilo de vida é um fator determinante para o desenvolvimento desses casos. Ela explica que a hipertensão e o colesterol elevado são condições que, sem os devidos cuidados, podem levar a complicações severas como o AVC. “A pressão alta estimula a parede das artérias, podendo acumular placas e dilatar os vasos, o que aumenta o risco de rompimento”, detalha.
Para quem possui histórico familiar de doenças, o cuidado deve ser redobrado, a fim de evitar a continuidade desse cenário. Nesses casos, a médica também destaca a busca por exames regulares desde os 30 anos. “A falta de atividade física, estresse e má alimentação contribuem para o aparecimento precoce de placas nas artérias”, completa.
A conscientização sobre o AVC e a adoção de práticas saudáveis são apontadas como as principais estratégias para prevenir a doença entre jovens. Carlos Correia recomenda que, ao menor sinal de um sintoma suspeito, como dormência em um dos lados do corpo ou dificuldade de falar, o indivíduo procure atendimento imediato. “O reconhecimento precoce é o fator determinante para evitar sequelas graves e garantir qualidade de vida após um AVC”, afirma.
Diante dessa situação, ele reforça que além do paciente se perceber, a equipe médica também deve ter atenção para os sintomas olhando para além da idade e garantindo o tratamento correto. “A gente vê com uma certa frequência pessoas que às vezes se apresentaram com sintomas compatíveis com o AVC, mas o diagnóstico não foi dado por achar que não possível baseado somente na faixa etária”, alerta.
Desde o primeiro sintoma até a cirurgia, Cintha estima que se passaram quase oito horas, tempo este que poderia ter custado a sua vida. “Quando eu bati a tomografia no Walfredo, a médica que chegou para me acompanhar disse que a cada minuto que eu passava lá meu cérebro estava morrendo”, relata. No hospital particular em que ela foi transferida para a cirurgia, Cintha já tinha chegado desacordada.
AVC isquêmico x hemorrágico
O Ministério da Saúde explica que o Acidente Vascular Cerebral é dividido em dois tipos: o isquêmico e o hemorrágico. O AVC isquêmico corresponde a 85% dos casos e ocorre diante de uma obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa foi a situação de Cintha Pereira.
João Ferreira, neurocirurgião no Huol-UFRN/Ebserh, explica que o procedimento cirúrgico é indicado em casos onde há entupimento de grandes artérias, permitindo a realização de uma trombectomia. Esse procedimento é essencial para desobstruir o fluxo sanguíneo em casos de AVC isquêmico, restaurando a circulação antes que o tecido cerebral sofra danos irreversíveis. “O tempo é essencial para o tratamento do AVC. Quanto mais rápido o paciente chega ao hospital, mais chances temos de evitar sequelas graves”, afirma.
Já o hemorrágico está presente nos demais 15% dos casos, quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. Nessa situação, João Ferreira explica que a cirurgia consiste em aspirar o coágulo e aliviar a pressão intracraniana, evitando que o tecido cerebral saudável seja danificado. “A cirurgia de descompressão pode salvar vidas ao prevenir que o cérebro inchado pressione o tecido normal”, afirma Ferreira.
Consequências do AVC
Após a cirurgia, Cintha passou a lidar com sequelas físicas, como a dormência e peso no braço esquerdo. Ela revela como o tratamento fisioterápico foi essencial para recobrar a mobilidade das mãos e o equilíbrio ao caminhar, no entanto, algumas limitações permanecem. “Não consigo segurar um brinco ou sentir o toque com precisão no lado esquerdo”, explica. Hoje, Cintha adota uma rotina de exercícios e alimentação saudável, além de evitar o consumo de álcool. “O AVC me fez perceber a importância de cuidar do meu corpo todos os dias”, relata.
Para os meses de outubro, novembro e dezembro deste ano, o Hospital Universitário Onofre Lopes conta com um agendamento de 171 pacientes, sendo 36 inseridos na faixa etária entre 10 e 48 anos, ou seja, 21% são considerados jovens. Cintha é uma das pacientes atendidas a cada seis meses no Huol-UFRN/Ebserh para acompanhamento no tratamento e recebe todo o suporte da equipe médica.
Casos como o de Cintha Pereira lembram que o AVC é uma realidade para pessoas de todas as idades. Um estilo de vida saudável e um acompanhamento médico constante, principalmente em pacientes com fatores de risco, são elementos centrais na prevenção da doença. Em tempos em que a pressa e o estresse se tornam comuns, o relato serve como um lembrete: é preciso agir antes que seja tarde.
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Câncer no pâncreas: entenda uma das doenças mais agressivas que existem
Com altíssima letalidade, o câncer do pâncreas tem acometido cada vez mais pessoas e pessoas mais jovens, inclusive, a literatura médica indica que até 2030 será a segunda causa de morte por câncer no mundo. Enquanto outros tumores têm mais avanços em tratamentos, o de pâncreas está um pouco aquém, mas há avanços também
O pâncreas fica atrás do estômago, entre o baço e o duodeno, na região do abdômen, sendo responsável pela produção de enzimas que ajudam na digestão dos alimentos e de insulina, regulando os níveis de açúcar no sangue. O câncer de pâncreas é um tipo de tumor maligno que normalmente não leva ao aparecimento de sinais e sintomas nos estágios iniciais. Apresenta alta taxa de mortalidade em razão do diagnóstico tardio.
O médico gastroenterologista do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Fernando Lisboa Junior, explica que a agressividade dessa patologia deve-se ao seu comportamento biológico e ao diagnóstico tardio. “Para se ter uma ideia, cerca de 50% dos tumores já têm metástases no momento do diagnóstico. Ainda não existem protocolos de detecção precoce do câncer de pâncreas”, ressalta.
Ele explica que fatores genéticos e fatores relacionados a hábitos de vida influenciam no surgimento da doença. “E dentre os fatores relacionados a hábitos de vida, o mais importante é o tabaco. Também estão relacionados o excesso de consumo de álcool, obesidade, sedentarismo, dieta rica em gorduras e alimentos processados”, aponta o médico.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de pâncreas ocupa a 14ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes. É responsável por cerca de 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 5% do total de mortes causadas pela doença, cujo risco aumenta com o avanço da idade e era raro antes dos 30 anos, tornando-se mais comum a partir dos 60.
Contudo, o Fernando Lisboa conta que nos últimos anos, tem sido mais detectado em jovens. “Devido aos fatores de risco relacionados ao estilo de vida e que são cada vez mais comuns entre os jovens. Além disso, os exames de imagem melhoraram e tem sido realizados com mais frequência, consequentemente, fazem-semais diagnósticos. A incidência entre homens e mulheres é praticamente igual”, explica.
Os sinais de alerta se dão através dos sintomas mais comuns como dor no andar superior do abdome, falta de apetite, perda de peso, fadiga, icterícia (amarelo na pele e nos olhos) e colúria (urina escura, cor de “coca-cola”). “Infelizmente, na maior parte das vezes, aparecem numa fase avançada da doença. Uma forma de prevenir é minimizar ou eliminar os fatores de risco, como o consumo excessivo de álcool, alimentos processados, evitar a obesidade e o fumo, ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas”, sugere o gastroenterologista.
Ele explica ainda que existem alguns tipos de cistos no pâncreas que podem sofrer transformação maligna. Os mais freqüentes são os IPMNs. “Quando desenvolvem determinadas características, esses cistos devem ser operados para serem retirados, evitando assim que o paciente tenha câncer no futuro”, diz ele. “Também pode se recomendar o aconselhamento genético para pessoas que tiveram parentes de primeiro grau com câncer de pâncreas”, conclui o médico.
A Pancreatectomia, que é a retirada de parte do pâncreas, é a única forma de tratamento que tem potencial de cura, mas apenas 15 a 20% dos pacientes com esse tipo de câncer são candidatos à cirurgia, no momento do diagnóstico. Nos outros 80%, a doença já se apresenta em estágio avançado, o que impossibilita a retirada cirúrgica da lesão. A quimioterapia também faz parte da terapêutica e pode ser feita antes e após a cirurgia.
“A chance de cura depende do estágio em que o paciente é diagnosticado e operado. Quanto mais precoce for a doença no momento da cirurgia maior chance de cura o paciente vai ter. Portanto, é importante que o diagnóstico seja precoce e que o paciente seja encaminhado rapidamente para o tratamento adequado”, acrescenta o gastroenterologista Fernando Lisboa Junior.