Entenda o diagnóstico e prevenção da Herpes-zóster
A herpes-zóster, popularmente conhecida como “cobreiro”, é uma doença viral que pode afetar pessoas que já tiveram catapora (varicela) durante a infância. A doença é causada pela reativação do vírus Varicela-Zóster (VVZ), que permanece latente no organismo após o primeiro contato com a varicela. Embora esteja em estado de dormência por muitos anos, o vírus pode se reativar em momentos de fragilidade do sistema imunológico. No Rio Grande do Norte, já foram registrados casos da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, a herpes-zóster pode ser desencadeada em pessoas adultas, principalmente após os 50 anos, ou em indivíduos imunocomprometidos, como aqueles que sofrem de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou que passaram por transplantes e enfrentam condições que debilitam o sistema imunológico. A reportagem da TN questionou a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) sobre os números da doença no RN, mas não obteve resposta.
O infectologista Igor Thiago, doutor em doenças infecciosas e parasitárias, explica que a herpes-zóster começa com uma ardência e coceira na região afetada, geralmente seguindo o trajeto de um nervo. “Ela é conhecida como cobreiro porque segue o caminho do nervo, como se fosse uma cobra. A doença se manifesta com lesões vermelhas e pequenas bolhas com líquido claro, que rompem e causam úlceras na pele. Essa fase é extremamente dolorosa, porque, além das lesões cutâneas, também há dano nos nervos, o que intensifica a dor”, comenta.
Segundo o especialista, quem nunca teve catapora não pode desenvolver herpes zóster, já que a doença depende da reativação do vírus que já está no corpo. “Não há como reativar o vírus”, explica Igor. Entre os sintomas mais comuns estão dores nevrálgicas (nos nervos), formigamento, febre, dor de cabeça e mal-estar. A erupção cutânea geralmente aparece em um lado do corpo, como na região torácica, cervical ou lombossacral, levando de duas a quatro semanas para se curar. Em alguns casos, a dor pode persistir por meses, caracterizando a chamada nevralgia pós-herpética.
O enfraquecimento do sistema imunológico é o principal fator de risco para a reativação do vírus, como destaca a enfermeira Kaliane Vieira, que atua na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Parnamirim. “Hoje, muitas coisas contribuem para o enfraquecimento da imunidade, como estresse, má alimentação e sedentarismo. A população, de modo geral, não tem hábitos saudáveis, e isso acaba facilitando a reativação do vírus que estava adormecido desde a infância”, explica.
A prevenção da herpes zóster passa, principalmente, pela vacinação. “Existem vacinas disponíveis de forma privada, e elas aumentam os anticorpos para evitar a reativação do vírus”, complementa o infectologista Igor Thiago. Além da vacinação, manter hábitos de vida saudáveis, como alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e controle do estresse, são recomendados para fortalecer o sistema imunológico.
Alessandra Gonzaga, advogada de 45 anos, compartilhou a experiência com a doença e relata a dificuldade para lidar com os sintomas antes de receber o diagnóstico correto. “Eu não sabia o que era herpes-zóster. Achei que fosse uma dor nas costas por causa da academia, depois surgiram manchas vermelhas, que eu confundi com alergia. Quando fui ao dermatologista, ele imediatamente identificou a doença, e eu já estava com feridas nas costas. A dor era insuportável, e não conseguia dormir”, relata Alessandra, que atualmente está em processo de recuperação.
O tratamento para herpes zóster consiste no uso de antivirais que combatem o vírus varicela-zóster e ajudam a prevenir complicações, como a neuralgia pós-herpética, que é uma dor persistente após a cura, e infecções secundárias na pele. Além disso, o tratamento adequado pode evitar outras condições.
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