Policiais civis suspendem diárias em protesto por reajuste salarial


Policiais civis decidiram suspender as diárias operacionais na segunda-feira (15) e cogitam iniciar uma greve caso as reivindicações da categoria, que abrangem o plano de valorização salarial e a nomeação de 153 policiais formados em fevereiro deste ano, não sejam atendidas pelo Governo do Rio Grande do Norte. A informação foi confirmada durante a realização de uma mobilização geral na sede do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança do Estado (Sinpol RN), em Natal. Desde a suspensão, que foi iniciada durante a tarde, nenhum agente ou escrivão realiza trabalho extraordinário, segundo o Sinpol.

De acordo com o presidente do Sinpol RN, Nilton Arruda, o movimento dos policiais e servidores é consequência da postura do Estado nas negociações com a categoria, referentes a implantação de lei que garantiria o Crédito Remuneratório Individual (antigo Adicional por Tempo de Serviço), o qual prevê um pagamento de 1% ao ano, sendo acrescido com base no tempo de serviço do profissional.

Em fevereiro, o sindicato e o Executivo chegaram a um acordo inicial para a realização de ajustes na lei e dariam continuidade ao processo de formatação do texto, a fim de implementar o pagamento por meio da nova lei ainda neste ano. Porém, Arruda alega que houve retrocessos nas negociações geridas pelo secretário da Administração, Pedro Lopes, o qual tentou reformular o acordo, solucionando o CRI junto com a negociação do reajuste salarial. O presidente do Sinpol confirmou que existe a possibilidade de que o movimento se torne maior e mais duradouro, ou seja uma greve.

“O governo está nos empurrando para o pior dos caminhos, nos forçando a fazer uma mobilização nas ruas e adotar uma postura mais radical. Quem vai sofrer com isso é a sociedade, que depende dos serviços da Polícia Civil”, disse. Arruda concluiu afirmando que interlocutores ligados ao Executivo poderiam entrar em contato ainda na segunda-feira (15) para a marcação de uma nova tratativa. Existe uma ação na Justiça, movida pelo Ministério Público do RN, para extinguir o dispositivo (que é chamado hoje de CRI). A categoria irá intensificar, ao longo desta semana, as ações para cobrar, junto ao Governo, o avanço concreto das negociações.

Atualmente, a Polícia Civil conta com um contingente de 1.501 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. Vice-presidente do Sinpol RN, Djair Oliveira apontou que o estado apresenta a menor quantidade de integrantes em todo o país. Por isso, segundo ele, os policiais fazem a exigência pela nomeação dos 153 policiais formados neste ano. “Os 1.501 agentes não chegam nem em 30% do que está previsto em lei, que 5.150 vagas. A criminalidade cresce e o efetivo diminui. Dos concursos realizados, nenhum foi para ampliação, mas para reposição dos policiais que se aposentaram ou faleceram, ao contrário do que o Governo tem propagado por aí”, afirmou.

Para além disto, Oliveira afirmou que a categoria busca a implementação do vale-refeição. O assunto também foi pauta durante as tratativas com o Executivo. Porém, segundo ele, o secretário afirmou que esta seria uma solicitação a ser negociada posteriormente. De acordo com o sindicato, mais de 500 policiais civis participaram do movimento. Em função da ação, que também envolveu agentes lotados em cidades do interior potiguar, delegacias ficaram desfalcadas e serviços como o boletim de ocorrência foram prejudicados.



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