Governo confirma concurso para saúde e em outras áreas no RN; confira

O Governo do RN confirmou que vai fazer um concurso na área da saúde, apesar da prorrogação do certame de 2018. A informação foi publicada na tarde deste domingo (8).

A informação foi confirmada primeiro com o secretário de Administração, Pedro Lopes, no Instagram. “Vai ter concurso para a saúde? Muitos questionam se o concurso do @governodorn para a Saúde ainda acontecerá em virtude da prorrogação por 2 anos do certame de 2018 pelos deputados estaduais”.

Pedro Lopes falou de uma possibilidade do fato ir para a Justiça. “A situação gerada pela AL criará no futuro um imbróglio, que será resolvido no tempo certo pelo poder judiciário”, revelou.

Outros concursos

O secretário ainda atualizou ainda sobre a situação de outros concursos no Rio Grande do Norte.

  • Magistério: o edital será lançado muito em breve. Governo está em tratativa com a FGV para fechar cronograma e possivelmente essa semana teremos informações mais precisas;
  • Emater: Não é possível realização administrativa do concurso para Emater em virtude do RN estar com limite de gasto de pessoal em relação a receita corrente líquida acima do limite prudencial;
  • Auditor Fiscal: pelos menos motivos elencados anteriormente, não é possível a abertura administrativa de concurso para o fisco do RN; contudo, face a iminente necessidade de reposição de quadros para evitar perda na eficiência da arrecadação do ICMS e demais impostos com arrecadação própria, há tratativas no poder judiciário para uma conciliação com o Sindicato dos Auditores Fiscais @sindifern , que ingressou com ação com esse objetivo, para a sua realização!
  • Idema: Está em tramitação administrativa processo para contratação da banca e posterior publicação do edital do concurso; trabalhamos para acontecer até janeiro de 2025 (mesmo prazo que trabalhamos para o concurso da Sesap).

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Inscrições para concurso dos Correios com salários de até R$ 6,8 mil terminam neste domingo; veja como participar


As inscrições para o novo concurso público dos Correios, que oferecem 33 vagas com salários de até R$ 6,8 mil, terminam neste domingo (8), às 22h.

Os interessados podem se candidatar pelo site do Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades).

A maioria das vagas (25), é da área de medicina do trabalho. Outras seis vagas são para técnicos de segurança do trabalho. As duas restantes são para engenheiros de segurança do trabalho. Além disso, 10% das vagas são destinadas às pessoas com deficiência e 20% par candidatos negros.

Inscrições

O valor de inscrição é de R$ 70,00 para qualquer vaga.

Após concluir a inscrição, o candidato deve pagar o boleto correspondente à taxa de inscrição, disponível também no site do Iades. O pagamento da taxa deve ser realizado até o dia 9 de setembro.

Cronograma

Inscrições: 7 de agosto até 8 de setembro
Aplicação das provas: 13 de outubro
Divulgação dos Gabaritos: 13 de outubro
Resultado provas objetivas: 28 de outubro
Resultado Final e homologação do concurso público: 20 de novembro

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Habeas corpus de Deolane Bezerra não foi julgado; ela continua presa

A influenciadora Deolane Bezerra, presa na quarta-feira (4) durante a operação deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco que mira uma organização criminosa suspeita de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro, permanece presa na Colônia Penal Feminina do Recife (CPFR), na região metropolitana.

A confirmação foi feita no sábado (7) pelo advogado Carlos André Dantas, que faz parte da equipe de defesa dela.

Ele negou a informação de que Deolane teria deixado a prisão na sexta-feira (6). Conforme Dantas, há um conflito de competência entre câmaras criminais do Tribunal de Justiça de Pernambuco para julgar o habeas corpus impetrado pela defesa, em razão de outro pedido ingressado anteriormente por um advogado do Paraná

“Estava aguardando no TJPE informações sobre o habeas corpus, solicitado pela equipe de advogados da família da Dra. Deolane Bezerra. Diligenciei na diretoria criminal e me informaram que houve conflito de competência entre as câmaras criminais do Tribunal, em razão da competência causada pelo primeiro HC protocolado, impetrado por um advogado estranho à equipe de advogados da Dra. Deolane, o qual pediu desistência logo após, mas, mesmo assim fixou aquela câmara como a competente para julgar o habeas corpus”, explicou Dantas.

De acordo com o advogado, o pedido impetrado pela defesa da influenciadora ainda aguarda julgamento.

Por meio das redes sociais, Dayanne Bezerra, irmã de Deolane, também fez uma publicação comentando sobre o conflito de competência.”Meu povo, o HC (habeas corpus) da minha irmã não foi julgado pelo conflito de competência que houve no tribunal, e precisou ser redistribuído para o juiz competente para poder fazer o julgamento desse habeas corpus”, disse ela.

Além de 19 mandados de prisão, a Operação Integration cumpriu 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também foi pedido o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.

As autoridades dizem que entre os alvos está um grupo ligado a bets (sites de apostas esportivas), mas afirmam que o alvo da investigação são atividades não permitidas pela lei (apostas esportivas são regulares).

Os mandados foram cumpridos no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO). Todos eles foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Criminal da Comarca da capital pernambucana.

A investigação começou com a apreensão de R$ 180 mil e já está na 3ª fase. É voltada para um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos – esta última ocorre é a que motivou a prisão de Deolane.

Os sites VaideBet e Esportes de Sorte afirmam cumprir a legislação e dizem estar à disposição das autoridades.

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Natalenses reduzem consumo de itens da cesta básica


A busca por uma alimentação de qualidade vem ocupando 42,54% do salário líquido mínimo do natalense. Isso é o que aponta o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em que apresenta Natal como o terceiro maior valor de venda da cesta básica entre as capitais da região Nordeste, com R$555,68.

Durante o mês de agosto, o número fica atrás somente de Fortaleza (R$630,48) e Salvador (R$560,72). Para lidar com esses custos de alimentação, a população vem apostando na diminuição do consumo de alguns alimentos.

De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, pelo menos cinco alimentos sofreram alta entre os meses de julho e agosto, com o café despontando na liderança por 6,84%, seguido da banana (4,70%), óleo de soja (2,18%), carne bovina de primeira (1,12%) e pão francês (0,35%).

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Em média, 3.000 brasileiros morrem por ano à espera de transplante de órgãos

Um dos líderes mundiais em número de transplantes de órgãos, o Brasil enfrenta altas taxas de recusa na doação e outros entraves que fazem com que, em média, cerca de 3.000 pessoas morram por ano enquanto aguardam a cirurgia. Só no primeiro semestre deste ano, foram 1.793 mortes, sendo 46 crianças.

De janeiro a junho, foram feitos 4.579 transplantes de órgãos, 8.260 de córnea e 1.613 de medula óssea. Até junho, 64.265 adultos e 1.284 crianças estavam na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes, segundo dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos).

Entre os adultos, a maior fila de espera é por rim (35.695), seguido de córnea (26.409) e fígado (1.412). Entre as crianças, lideram córnea (749), rim (396) e fígado (75).

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Dermatologista recomenda cuidado com manchas na pele


Para prevenir o câncer de pele, o tipo mais comum de câncer no mundo, especialistas recomendam medidas simples como a consulta anual ao dermatologista e o uso de protetor solar e roupas com proteção UV, especialmente para quem trabalha exposto ao sol. “Manchas ou pintas que crescem, sangram ou causam dor devem ser avaliadas por um dermatologista para diagnóstico precoce”, alerta a médica Regina James, que presidiu, neste fim de semana, o 77º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, realizado de 5 a 7 de setembro no Centro de Convenções.

O evento reuniu especialistas para discutir não apenas o câncer de pele, mas também temas como cosmiatria, clínica, oncologia e cirurgia dermatológica, além de inovações em marketing médico e inteligência artificial.

Um dos principais focos foi o câncer de pele, o tipo mais comum no mundo, cuja incidência global vem aumentando. A exposição excessiva ao sol e a falta de proteção são as principais causas do problema. “O câncer de pele é uma das principais pautas do congresso. Manchas ou pintas que crescem, sangram ou causam dor devem ser avaliadas por um dermatologista para diagnóstico precoce”, alerta a médica Regina James, presidente do congresso.

Existem três tipos principais de câncer de pele. O carcinoma basocelular, o mais comum e menos agressivo, aparece como uma pequena bolha ou mancha rosa, cresce lentamente e raramente se espalha. O carcinoma espinocelular, mais agressivo, pode surgir como uma lesão avermelhada e escamosa, e o melanoma, o tipo mais grave, se caracteriza por uma pinta com cor desigual e rápida disseminação para outros órgãos.

Para prevenir a doença, é fundamental consultar um dermatologista anualmente e adotar medidas simples, como o uso de protetor solar e roupas com proteção UV, especialmente para quem trabalha exposto ao sol. Nos casos mais graves, o encaminhamento para hospitais especializados garante o tratamento adequado.

Além do câncer de pele, o congresso abordará a alopecia, outra condição que foi destaque no evento. A médica Fabiane Brenner, da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que “existem diversos tipos de alopecia, caracterizada pela queda de cabelo, sendo a mais comum a alopecia androgênica, que afeta homens e mulheres, sobretudo após os 50 anos.”

O avanço no tratamento da alopecia tem trazido esperança para os pacientes, especialmente no caso das formas autoimunes, com o surgimento de medicamentos conhecidos como “inibidores de Jack”, que oferecem bons resultados com poucos efeitos colaterais. Já no caso da alopecia androgênica, tratamentos disponíveis podem retardar a progressão da doença e melhorar a densidade capilar.

Novos casos
O Levantamento Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, projeta 11.460 novos casos de câncer por ano no Rio Grande do Norte, totalizando mais de 34 mil diagnósticos entre 2023 e 2025. Em âmbito nacional, a estimativa é de 704 mil novas ocorrências anuais. Os números são baseados em dados dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

A pesquisa avaliou a incidência de 21 tipos de câncer, dois a mais que a edição anterior, com a inclusão dos tumores de pâncreas e fígado. O câncer de pele não melanoma lidera as ocorrências no Brasil, seguido pelos cânceres de mama feminina, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago. Entre os homens, o câncer de próstata é o mais frequente em todas as regiões do país, enquanto entre as mulheres, o câncer de mama é o mais prevalente.

Diversos fatores podem influenciar o desenvolvimento do câncer, que pode ser causado tanto por fatores externos quanto internos ao organismo. As causas externas incluem aspectos como ambiente, hábitos e estilo de vida, enquanto as causas internas estão relacionadas, em grande parte, a predisposições genéticas e à capacidade do corpo de combater agressões externas.
Alguns tipos de câncer têm causas já conhecidas.

O cigarro, por exemplo, está diretamente ligado ao câncer de pulmão, enquanto a exposição excessiva ao sol aumenta o risco de câncer de pele. Certos vírus, como o HPV, estão associados ao câncer de colo do útero, e outros ainda estão sob investigação para determinar sua relação com componentes alimentares e outros fatores de risco.

Com esse cenário alarmante, a prevenção continua sendo a principal estratégia para reduzir a incidência da doença, com destaque para hábitos saudáveis, proteção solar e exames regulares.

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Brasileiros perdem R$ 23,9 bilhões em ‘bets’ e vício atrapalha até no emprego

Jessyanne Bezerra
Repórter

As “bets”, conhecidas como apostas esportivas, são um fenômeno no Brasil. Dados do Instituto Locomotiva apontam que 86% dos apostadores ficam endividados após jogar e que o país vive uma epidemia de bets. Em valores monetários, o levantamento do Banco do Itaú indicou que, nos últimos 12 meses, os brasileiros gastaram R$ 68,2 bilhões em casas de apostas online e acumularam um prejuízo total de R$ 23,9 bilhões nessas plataformas. Esse cenário preocupa empresários que veem essa tendência afetar psicologicamente e financeiramente os funcionários.

Apostar, que deveria ser uma prática de entretenimento, termina por se tornar um vício. Jogadores que adotaram as bets como uma forma de gerar renda extra, veem as jogatinas comprometerem a renda e afetarem a rotina produtiva do trabalho. No Rio Grande do Norte, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga), Geraldo Paiva Júnior, explicou que cerca de 70% dos funcionários apostam e 20% possui problema de vício.

“Isso é um problema de saúde pública que está tão sério. Você nem imagina como está sério. E eu tenho um problema na empresa, nesse sentido. Muitos funcionários, cerca de 70% jogam e tem uns 20% viciados”, esclareceu o empresário. Apenas nos primeiros sete meses de 2024, mais de 25 milhões de brasileiros aderiram a essas plataformas eletrônicas, o que corresponde a uma média mensal de 3,5 milhões de novos apostadores.

O aumento exponencial de números de apostadores acende um alerta para os problemas decorrentes das bets. Além do comprometer a renda e adquirir dívidas, os jogadores podem desenvolver problemas de saúde, como vício, dependência, tristeza, baixa autoestima e mudanças no comportamento. No trabalho, esses jogos de azar interferem diretamente no desempenho, na produtividade, ausência e falta de foco.

“O funcionário quando ele fica endividado, ele fica desestimulado. O funcionário já não está mais fazendo a feira que fazia antes, está deixando faltar alimento em casa, porque jogou, perdeu o dinheiro e não teve como comprar alimento. E fica passa necessidade em casa. Então o funcionário vem desmotivado, ele vem pra baixo”, explicou o presidente do Sincovaga.

Um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a AGP Pesquisas, revelou que 64% dos brasileiros que fazem apostas online já comprometeram sua renda pelo menos uma vez devido às apostas e, entre esses, 49% também utilizam a renda extra para esse fim.

O vício em apostas é tão sério que pode levar a demissão de funcionário. Paiva, que possui uma empresa no ramo de supermercados, esclareceu que 4,5% dos funcionários saíram dos trabalhos com problemas financeiros, endividados. “Gastaram o cartão de crédito de pai, de mãe, na mão de agiota. É um problema sério. E estão procurando psicólogo para resolver esse problema, tem um montão de gente que procura os psicólogos da empresa”, relatou o empresário.

O problema se tornou tão latente que a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) decidiu alertar as empresas do setor para que adotem uma política rigorosa na seleção de agências de marketing e de influenciadores para suas campanhas publicitárias. A Abras recomendou que as empresas evitem profissionais que tenham relação com os jogos de apostas online.

“Vemos com muita preocupação esse cenário, porque a gente se preocupa com o funcionário, pelo bem-estar dele, se preocupa com o residente da empresa, que às vezes não rende do jeito que era para render, porque ele está desmotivado, porque ele está depressivo, porque ele está cheio de problemas, porque está endividado. Isso causa um problema tanto no atendimento, no funcionamento da empresa, mas também na vida pessoal da pessoa”, afirmou Geraldo Paiva, que também é representante potiguar na Abras.

Para se ter uma ideia, em cinco anos, o número de brasileiros que apostaram nas bets chegou a 52 milhões. Do total, 48% são considerados novos jogadores. Os motivos que levam pessoas a entrarem no ramo é o endividamento, a possibilidade de gerar uma renda extra e por diversão. “Abras está tratando no Congresso e está levando isso para o governo, para que tome atitudes, entendeu e buscar essa regulamentação. Isso está afetando até a economia, porque esse dinheiro está saindo para fora do país, a maioria desse dinheiro sai para os paraísos fiscais. Hoje, essas apostas já representam 1% do PIB nacional, Isso é um absurdo”, explicou Paiva.

A pesquisa do Instituto Locomotiva também aponta que a maior parte dos apostadores (86%) ficam endividados após jogar. Diante deste cenário, Júnior ressaltou que tratar do assunto, além de ser uma questão de saúde, é uma questão social, visto que afeta os hábitos de consumo e o comportamento dos funcionários. “Isso causa um mal comportamento dentro da empresa. Acabaram se desestimulando. O funcionário produziria se tivesse bem, com a cabeça boa”, explicou o empresário.

Outro ponto é o prejuízo causado pelas apostas fracassadas Com o dinheiro perdido, os jogadores comprometem as finanças e precisam repor os valores perdidos. As previsões da Strategy & Brasil, consultoria estratégica da PwC, apontam que, neste ano, os gastos com jogos de apostas podem corresponder a quase 5% do total despendido pelos brasileiros com alimentação. O Instituto Locomotiva também mostrou que 64% estão negativados na Serasa e 31% jogam nas bets sendo inadimplentes. “Esse é o problema maior, o problema mais grave, eles deixam de pagar água, luz, feira. É porque joga, deixa de pagar água, luz, deixa de fazer isso em casa, acaba o histórico do cartão de crédito, fica endividado do cartão de crédito”, relata o presidente do Sincovaga.

Desde janeiro deste ano, o número de apostadores aumentou significativamente, impulsionado pela sanção da Lei 14.790/2023, que regulamentou as apostas no Brasil. Para combater o vício, o governo prepara regulamentações e também há o objetivo de arrecadar cerca de R$ 12 bilhões anuais com esses jogos.

Para evitar que essa “pandemia” de bets se espalhe, Paiva explicou que a empresa está investindo em treinamento, em capacitação, em cursos de educação financeira, de administração de gastos e de inteligência emocional, além de palestras sobre a conscientização do tema. “A gente está mostrando para eles o problema de se viciar, que o jogo vicia. Então, treinamento, palestras educativas, é o que nós podemos fazer. A palestra educativa é tentar treinar, capacitar, para que eles enxerguem que isso é um mal e para eles pararem. E para quem não entrou ainda, para quem não está viciado, não se viciar. Então, a gente está exatamente fazendo isso e também dando apoio psicológico”, explicou Geraldo Paiva.

Ministério da Fazenda aposta em ‘regulação forte’

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirma que o governo aposta na regulamentação para enfrentar o risco de superendividamento das famílias com apostas online. O número 2 de Fernando Haddad disse que a equipe econômica espera pelo início da vigência das regras aplicadas ao setor, em janeiro, para checar as informações que deverão ser prestadas pelas empresas.
“Nós temos que ver isso, eu não daria isso de barato”, disse ele sobre dados atuais fornecidos por bancos e outras instituições financeiras sugerindo uma explosão dos gastos das famílias com bets e cassinos online, como o “Jogo do Tigrinho”.

“A gente precisa checar com as informações que as empresas vão passar, porque as empresas sérias também têm compromisso em evitar o superendividamento das famílias”, afirmou. “É preciso ter esse controle. Então, pela primeira vez, nós vamos ter os números, o controle, com o compromisso de dar transparência tanto para a parte da tributação quanto para o endividamento e saúde das pessoas. A resposta aqui é regulação forte para o setor”, acrescenta.

Segundo estudo elaborado pelo Santander, de 2018 a 2023, os gastos das famílias com jogos (incluindo jogos oficiais, ilegais e bets) saltaram de 0,8% da renda das famílias para 1,9% – ou seja, mais do que dobraram. Nesse mesmo período, os gastos com setores de vestuário e calçados caíram de 3,7% para 3%, enquanto o de móveis e eletrônicos recuou de 3,5% para 3,1%.
Apesar da previsão do início da regulamentação em janeiro, proibindo o uso de cartão de crédito para fazer apostas, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) vem defendendo que as restrições comecem imediatamente. A preocupação também chegou ao Banco Central.

Economistas apontam que o endividamento agregado das famílias está caindo em ritmo mais lento do que o esperado, dado o crescimento do PIB, da renda e do emprego – possivelmente, entre outros fatores, em razão do aumento das bets.

A equipe econômica já apontava, desde o segundo semestre de 2023, preocupações sobre efeito negativo das bets sobre a saúde dos apostadores. Um grupo de trabalho interministerial deveria ser criado para estudar o tema, mas não saiu do papel. O Ministério da Fazenda informou, em nota, que o grupo está “em construção”.

Durigan afirmou que o governo apresentou as regras para as empresas operarem, negando que haja lentidão na resposta ao aumento do endividamento. Ele frisou que a legalização dos jogos online foi aprovada em 2018, mas a regulamentação só foi feita em 2023.

“Quem apresentou a lei para o Congresso com várias contrapartidas e obrigações para as empresas? Com toda a regulação, nós estamos fazendo essa limitação para as bets. Porque a gente acredita que tem muita empresa fraudulenta, que diz que faz apostas, mas, na verdade, lesa o consumidor”, disse. “Nós estamos mitigando (riscos) com regras de publicidade, contra lavagem de dinheiro, com limites para uso de cartão de crédito. E, quando as empresas estiverem autorizadas a operar, elas automaticamente passam a seguir todas as regras das portarias. ”O Ministério da Fazenda recebeu 113 pedidos de autorização, de um total de 108 empresas, para atuar no mercado de apostas online no País.

Efeito nas contas
A proposta de Orçamento para 2025 enviada pelo governo ao Congresso prevê a arrecadação de apenas R$ 120 milhões com as apostas online. Durigan afirma que a equipe econômica optou por ser conservadora na fixação do valor, uma vez que não há informações ainda sobre este mercado.

No Orçamento de 2024, a estimativa de receita com a regulação dessas apostas era de R$ 728 milhões, mas a Fazenda atualizou a projeção para R$ 3,4 bilhões. “A gente não trabalha com o chute aqui. Claro que eu gostaria de fazer uma avaliação de que o setor de bets vai dar uma arrecadação enorme, mas quando a gente olha para os números que a gente tem, que a gente busca com o Banco Central, não temos parâmetros nem certezas para cravar uma arrecadação considerável”, afirmou.


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