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“Cracolândia” preocupa moradores e comerciantes na avenida Jaguarari

Moradores, motoristas e comerciantes se preocupam com o cenário de abandono em um trecho da Avenida Jaguarari, onde vivem pessoas em situação de rua. De acordo com trabalhadores que conversaram com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, é comum a ocorrência de furtos, saques, consumo de drogas e sensação de insegurança na região. O trecho em questão é conhecido entre os moradores como “cracolândia de Natal” e está localizado no quarteirão entre o cruzamento com a Av. Nevaldo Rocha e a esquina com a Av. Antônio Basílio.

No local há também uma grande concentração de lixo próximo a um terreno. A falta de intervenção do poder público na região é a grande reclamação da população. Jorge Lira, que mora e trabalha na Av. Jaguarari há 34 anos, cobra uma ação do poder público para cuidar da situação, que considera alarmante. “É triste e ninguém vem aqui fazer nada, conversar com esse pessoal, ver as dificuldades tentar buscar uma solução. Desse jeito quem se prejudica é a região como um todo porque isso acaba afastando todo mundo”, diz.

A Secretaria Municipal de Assistência Social de Natal (Semtas) diz que já foram feitas três tentativas de abordagem às pessoas em situação de rua da Jaguarari, todas sem sucesso. A pasta afirma que estuda nova investida. “Já foram realizadas três tentativas por parte da equipe do Serviço Especializado em Abordagem Social de aproximação dos usuários e das usuárias, sem êxito. Em conjunto com demais serviços de outras políticas públicas do município, dada a complexidade da demanda, estaremos este ano a realizar uma ação intersetorial local de identificação e de oferta de atendimento a estes usuários”, disse em nota.

O pedreiro José Batista Pereira entende que além do problema de segurança, a situação também deveria ser tratada como uma questão de saúde pública. “Dependência química é uma doença, a medicina diz isso. Essas pessoas precisam ser averiguadas. Como em qualquer sociedade, tem as pessoas boas e as pessoas ruins, mas é preciso que se tenha assistência do governo. Eu sei que é complicado, é complexo porque são pessoas, mas não é só tirar da rua, existe todo um contexto que evite essas pessoas de voltarem para essa situação”, pontua.

No local, as pessoas dormem em papelões, enrolados em trapos, nas calçadas de estabelecimentos ou embaixo de fachadas de lojas. Também é possível ver uma grande quantidade de carrinhos de supermercados, que são usados para coletar materiais recicláveis. Chama a atenção também o esvaziamento de estabelecimentos, muitos abandonados, com placas de “vende-se” ou “aluga-se”, de comerciantes que deixaram a região devido ao contexto social da área, o que contribui para a sensação de insegurança e abandono.

O vendedor João Victor, que trabalha em uma loja de autopeças é outro que reclama do descaso no local. “A gente não vê nenhuma ação aqui. Só tem o pessoal da igreja que vem aqui, distribuir comida e só. Quando aparece uma casa ou loja com placa de ‘vende-se’, a gente já sabe que não dura dois dias porque o pessoal invade para roubar e comprar drogas. A situação é complicada, por isso que todo mundo aqui só conhece essa região por cracolândia”, diz.

O “apelido” faz referência a uma área localizada no coração de São Paulo, que tem sido o epicentro de debates, preocupações e intervenções há décadas. Essa região, conhecida por sua concentração de usuários de drogas, principalmente crack, é emblemática das complexidades enfrentadas pelas grandes cidades no que diz respeito à saúde pública, segurança, pobreza e políticas de drogas.

Um levantamento da Secretaria de Estado de Trabalho, Assistência Social e Habitação (Sethas), divulgado em 2022, mostrou que o número de pessoas em situação de rua em Natal é de 1.491. Os dados são parte do primeiro Censo da População em Situação de Rua no Rio Grande do Norte. Em todo o estado, cerca de 2.200 pessoas vivem nas ruas, sendo mais da metade na capital.

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Avaliação positiva do governo Lula recua cinco pontos, para 33%

A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu para o menor patamar desde o início do mandato, de acordo com nova pesquisa Ipec divulgada nesta sexta-feira. O levantamento aponta que 33% dos brasileiros consideram a gestão do petista como ótima ou boa, cinco pontos percentuais a menos que o registrado em dezembro, na pesquisa anterior.

Outros 33% consideram o governo regular (eram 30%, na última pesquisa) e 32% o avaliam como ruim ou péssima (eram 30%). Ainda segundo o Ipec, 3% não souberam ou quiseram responder. O levantamento foi realizado pelo instituto entre os dias 1º e 5 de março e foram entrevistados presencialmente dois mil eleitores em 130 municípios.

Em relação à avaliação negativa, houve oscilação dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou menos. Ainda assim, a fatia dos que consideram a gestão de Lula ruim ou péssima atingiu numericamente seu maior patamar até aqui. Em março do ano passado — mês da primeira pesquisa feita no terceiro mandato do petista — 24% viam o governo dessa forma, enquanto 41% o consideravam ótimo e bom.
A pesquisa aponta também que a avaliação negativa do governo tem maior predominância entre quem declara ter votado em Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2022 (63%), quem tem renda mensal familiar superior a cinco salários mínimos (45%), moradores da região Sul (42%) e evangélicos (41%).

Maneira de governar
Os pesquisadores também questionaram os entrevistados sobre como avaliam a maneira do presidente Lula governar. O levantamento aponta que 49% disseram aprovar (eram 51% em dezembro), 45% desaprovam (eram 43%) e 6% não sabem ou não responderam (mesmo número da pesquisa anterior).

O estudo destaca que a desaprovação do presidente cresceu de 27% para 36% entre quem tem renda familiar mensal de até um salário mínimo.

O percentual dos que responderam que confiam no presidente também caiu na rodada mais recente da pesquisa. Em março deste ano, 45% afirmaram confiar em Lula, contra 48% em dezembro. Outros 51% disseram não confiar no petista (eram 50%) e 4% declararam não saber ou não responderam (eram 3%).

O Ipec aponta recuo da confiança no presidente entre moradores de municípios com mais de 500 mil habitantes. O índice passou de 49% para 41%.

Expectativa
Questionados sobre as expectativas para o governo Lula, 43% acham que a administração está no caminho certo, enquanto 50% disseram que está no direcionamento errado e 7% não sabem ou não responderam.
Sobre a relação do presidente com o Congresso, 31% dos entrevistados avaliam que o governo terá mais facilidade neste ano para conseguir apoio para votações importantes. Para 59% a gestão terá mais dificuldade e 9% não sabem ou não responderam.

Pesquisa
A queda na avaliação positiva do governo teve os principais recuos nos grupos abaixo:
Quem tem renda familiar mensal de até 1 salário mínimo: de 51% para 39% (12 pontos percentuais);
Moradores do Nordeste: de 52% para 43% (nove pontos);
Quem declara ter votado em Lula em 2022: de 69% para 61% (oito pontos);
Autodeclarados pretos e pardos: de 43% para 35% (oito pontos);
Moradores do Sudeste: de 37% para 30% (sete pontos);
Mulheres: de 40% para 33% (sete pontos);
Aqueles que têm ensino médio: de 33% para 26% (sete pontos).

Os entrevistados também responderam se o governo Lula está indo melhor, pior ou igual ao esperado:
Acha que está indo melhor: 30% (eram 32% em dezembro);
Acha que está indo igual: 30% (eram 30%);
Acha que está indo pior: 38% (eram 35%);
Não sabe, não respondeu: 3% (eram 2%).

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ABC empata com Potyguar Seridoense em estreia do segundo turno do Campeonato Potiguar

Em estreia do segundo turno do Campeonato Potiguar 2024, o ABC empatou em 2 a 2 com o Potyguar de Currais Novos, neste sábado (9). O jogador Diego Jardel marcou duas vezes para o alvinegro e Jânio Daniel e Mikael marcaram para o tricolor. Com este resultado, o ABC chega a uma sequência de oito jogos sem vitória em 2024.

Pela primeira vez no comando do ABC, o treinador Rafael Lacerda repetiu uma escalação. A escolha dos 11 iniciais foi a mesma da partida contra o CRB/AL, pela Copa do Nordeste, disputada no dia 6. A decisão refletiu no desempenho do alvinegro no primeiro tempo.

Aos 15 minutos, Jânio Daniel abriu o placar para o Potyguar de Currais Novos. A pressão da equipe seridoense continuou ao longo da primeira etapa e nos acréscimos, o tricolor ampliou o marcador com o segundo gol feito pelo Mikael.

No intervalo, Rafael Lacerda reorganizou a equipe e fez as primeiras substituições. No alvinegro, saíram Wallyson, Randerson e Yuri Ferraz para a entrada de Ruan, Diego Jardel e Vitor Marinho, respectivamente.

Logo ao primeiro minuto do segundo tempo, Diego Jardel balançou as redes e fez o primeiro gol do ABC na partida. A jogada surgiu após Vitor Marinho cruzar pela direita e o meia aparecer cabeceando no canto do goleiro tricolor. A pressão alvinegra continuou e com os novos jogadores em campo, a equipe ganhou novo fôlego.

O segundo gol surgiu com lançamento que sobrou para Daniel Cruz, que ganhou da zaga do Potyguar e tentou um toque de cobertura em Wallef. Aos 16 do segundo tempo, a bola bateu na trave e sobrou para Diego Jardel, que acompanhava o lance, marcando assim o segundo do alvinegro e empatando a partida.

Neste segundo turno serão disputadas quatro partidas. Na próxima rodada pelo Campeonato Potiguar, o ABC encara o América, em Clássico-Rei na Arena das Dunas, no dia 17. Já o Potyguar viaja para enfrentar o Baraúnas no dia 16.

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Sem conselheiros experientes, Lula recorre a Janja para “alertas”; primeira-dama é tida pelo petista como um “farol”

A primeira-dama, Janja Lula da Silva, tem ocupado o posto de principal conselheira do 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É uma das poucas pessoas que faz críticas e alertas sobre a condução do governo. A função é reconhecida pelo próprio chefe do Executivo, que montou a cúpula da sua administração com ministros que não fizeram parte de sua trajetória política e, por isso, não têm liberdade para dar “palpites ao chefe”.

Como mostrou o Poder360, quem deseja conversar com Lula à noite e em fins de semana, quando o casal está no Palácio do Alvorada, tem de passar pelo crivo da primeira-dama. O petista não tem um celular próprio e conta com a ajuda da mulher para fazer e receber ligações. Embora pareça uma tarefa ordinária, o filtro mostra a influência de Janja.

A situação foi explicitada por Lula em seu discurso na abertura da 4ª Conferência Nacional de Cultura, na 2ª feira (8.mar.2024). “Estou feliz sobretudo pelo lado crítico da Janja. Não é uma ‘Maria vai com as outras’. Não é um ‘Zé Ninguém’. Ela faz questão de me alertar das coisas ruins. Das coisas boas não precisa porque eu vejo na cara de vocês. Mas as coisas ruins, muitas vezes, mesmo os amigos da gente não têm coragem de dizer. ‘Ah, eu vou falar tal coisa, o Lula vai ficar ofendido, ele vai ficar chateado’”, declarou.

O presidente disse considerar o papel exercido por Janja como “muito importante”.

“Alguém tem que dizer para vocês das coisas que não estão legais. Alguém tem que ter coragem de puxar o paletó e falar: ‘Não vai, ou vai’. Tem que ter alguém assim e ela faz isso”, disse.

Nos seus 2 primeiros mandatos (2003-2010), Lula levou ao Palácio do Planalto antigos companheiros do PT que trilharam o caminho político com ele. Tinha ao seu lado nomes como José Dirceu e Gilberto Carvalho, o último era conhecido pelo apelido de “grilo falante”. Amigos Luiz Gushiken (1950-2013) e Márcio Thomaz Bastos (1935-2014), ambos já falecidos, também eram próximos e o aconselhavam. Todos tinham liberdade para tratá-lo informalmente e “dar broncas”. Enfrentavam eventuais rompantes do chefe, mas, por vezes, o faziam mudar de ideia.

Afastado desde que foi preso nos processos do Mensalão e da Lava Jato, Dirceu voltou a circular pelos meios políticos de Brasília e envia recados ao presidente. Ainda assim, a influência nas decisões do chefe do Executivo é muito inferior ao que já foi nos outros mandatos. Carvalho foi escanteado do convívio diário e assumiu a Secretaria de Economia Solidária no Ministério do Trabalho.

Para o 3º mandato, Lula preferiu “renovar o time”. Disse logo depois de ter sido eleito que o “técnico poderia ser velho, mas os jogadores precisariam ser novos”. A consequência, porém, é que nenhum dos ministros mais próximos têm liberdade para contestar o presidente.

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